O Zoológico de Brasília (DF) está em festa! Nasceram, no início de janeiro, dois filhotes de sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), uma espécie de primata que corre sério risco de extinção. O curioso é que, como os bebês estão sob os cuidados dos pais, que não deixam ninguém se aproximar, ainda não é possível saber o sexo deles.
Os recém-nascidos representam esperança para aumentar a população desses animais em cativeiro e, em um futuro próximo, reintroduzir exemplares de sauim-de-coleira na natureza.
“O programa de conservação atua de maneira a garantir uma população viável nos zoológicos brasileiros, que possa ter indivíduos para a reintrodução na natureza no futuro, caso seja necessário.
Os zoológicos modernos devem ser uma ferramenta para que possamos evitar a extinção de espécies causadas pelo homem, sempre priorizando espécies ameaçadas de extinção e garantindo o bem-estar dos indivíduos”, explica Filipe Reis, diretor de mamíferos do zoológico, em entrevista à Agência Brasília.
Os pais dos bebês chegaram ao zoológico depois de serem resgatos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) em Manaus (AM) em 2017 e 2019.
De lá para cá, receberam todos os cuidados necessários, incluindo um ambiente bem parecido com o que eles estavam acostumados (umidade e temperatura adequadas, barreira de vidro e água corrente).
Situação do sauim-de-coleira na natureza
Desde 1997, foi registrada uma queda de 80% na população do sauim-de-coleira, segundo o National Geographic. A espécie vive hoje em uma área de apenas 7,5 mil km² no estado do Amazonas, entre as cidades de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara. Estima-se que haja 45 mil indivíduos na natureza.
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A principal ameaça é a destruição do seu habitat natural e o fato de que, muitas vezes, esses primatas acabam indo parar em áreas urbanas, onde ficam vulneráveis a atropelamentos, capturas para o tráfico de espécies, ataques de animais domésticos, choques em fiação elétrica e outros tipos de acidentes.
O sauim-de-coleira é um animal relativamente fácil de ser reconhecido devido à sua cor bastante característica, que o distingue de um macaco-prego, por exemplo. Ele tem uma penugem branca na metade superior do peito – a tal “coleira” do seu nome. Sua alimentação é baseada em frutas, flores, néctar, insetos e ovos de aves. Considerando a cauda, esse primata chega a 42 cm de comprimento.
Estamos aqui na torcida para que o nascimento dos bebês seja o sinal de novos tempos para a espécie. Que possamos ter mais exemplares de sauim-de-coleira na natureza e que esse animal possa sair da lista de ameaçados de extinção!
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Fonte: Agência Brasília e National Geographic
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Jornalista apaixonado por contar histórias. Paranaense radicado em São Paulo. Louco por viagens e experiências novas.
