Adulto entra na sala e começa agir agressivamente perto de criança. O que você acha que ela faz?

Estudo revela como crianças reagem com adultos mal-humorados.

Evitar pessoas com raiva e ter autocontrole para não piorar uma situação é algo que os adultos fazem até com naturalidade. Você pode pensar: “vou esperar que ela se acalme” e assim evitará um problema maior.

Mas e quando se trata de crianças?

O comportamento de um adulto com raiva reflete na reação de uma criança?

Evitar conflitos em meio a pessoas com raiva é algo natural para elas?

O experimento do Instituto de Ciências do Cérebro e Aprendizagem da Universidade de Washington, mostra que essa percepção começa muito cedo.

Crianças de 15 meses de idade observam como as pessoas interagem e ao detectarem raiva, mudam o seu comportamento para evitar conflitos.

Observe no vídeo como isso se desenrola. Clique no play.

O experimento

1. Fase de aquecimento

Como você pode perceber, a criança permanece todo o tempo no colo da mãe.

Na fase de aquecimento, Teresa Hennings, estudante de pós-graduação que participa da pesquisa, com voz baixa e agradável, mostra para o menino um brinquedo com algo dentro.

Ele rapidamente interage com ela, mexendo na caixinha e durante esse momento, a expressão dele é de diversão e curiosidade. Como tudo está calmo, a reação da criança é de tranquilidade e confiança.

2. Objetos de teste

A seguir, é colocado na frente da criança os objetos que serão usados para causar uma situação desconfortável: um cordão de plástico e um copo. Na frente da criança, ela faz a demonstração e tem toda a sua atenção.

3. Ponto de tensão

Kelly Scott, pesquisadora assistente do estudo, é a causadora de tensão que entra na sala e interrompe a atenção da criança. Theresa não altera o tom de voz e faz a mesma demonstração com os objetos para a outra mulher.

A “causadora de tensão” tem o tom de voz alto e bravo, uma expressão facial severa, segundo a mãe da criança e além de tudo, a forma como reage à situação, reclamando que a ação é irritante e desagradável.

Durante a conversa, o menino consternado olha para elas. Confira o diálogo que se segue:

Theresa (voz agradável): “Eu pensei que isso era realmente interessante.”

Kelly Scott (voz brava): “Isso é só a sua opinião. É irritante.”

4. A reação da criança

Theresa repete a ação anterior para o menino com a “causadora de tensão” ainda presente na sala. Ele tem 20 segundos para brincar com os objetos, mas fica imóvel e decide não fazer nada.

Autocontrole para enfrentar situações de conflito

Betty Repacholi, uma das responsáveis pelo estudo, conversou com Molly McElroy, a mãe da criança e disse que o menino teve autocontrole notável.

Depois do experimento, eles encontraram Kelly, “a causadora de tensão”. E qual foi a reação do menino? Será que ele chorou, ficou preocupado ou fugiu?

Molly contou que ao contrário de qualquer reação negativa, seu filho sorriu para Kelly e inclinou a cabeça para o lado (como quando quer que alguém preste atenção nele) e os dois trocaram sorrisos.

“Eu não sei se essa foi a maneira dele de dizer Kelly ‘sem ressentimentos’, mas eu me tranquilizei que a raiva dela não causou uma última impressão duradoura sobre ele”.

Variações de situações

Os pesquisadores estudaram 150 crianças de 15 meses de idade, entre meninos e meninas. Depois da fase de ponto de tensão, as crianças foram convidadas a brincar em circunstâncias variadas.

Em alguns casos, o adulto “causador de tensão” saia da sala ou virava de costas e nessas ocasiões, elas brincavam sem medo. E quando o adulto bravo continuava na sala, mesmo com expressão neutra, a reação era diferente:

A maioria hesitava antes de tocar no brinquedo, esperando cerca de 4 segundos. E quando finalmente decidiam agir, as crianças demonstravam menos entusiasmo.

Mesmo que não possam falar, o resultado é que crianças interpretam sinais visuais e sociais e vão reagir de acordo com o humor dos adultos.

E o oposto, quando ignoram a raiva dos outros pode ser um indicador precoce de crianças menos dispostas a seguir regras.

Assim nasce o autocontrole.

Fontes: hypescience.com, washington.edu.

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