Lucy Mary de Araújo, 59 anos, é aquele tipo de mãe coruja, que está sempre atenta e orgulhosa de seus dois filhos. Ambos foram adotados e hoje são o grande tesouro da funcionária publica aposentada. No entanto, a história com a mais nova, Yasmin Anita, de 10 anos, não foi exatamente fácil.
Quando mais nova, a menina começou a apresentar comportamentos irritáveis e agressivos com os coleguinhas de turma. Na época, com 4 anos de idade, ela estudava em uma escola particular e os professores chamavam a atenção da garota para que as atitudes fossem corrigidas.
“Eu considerava o comportamento dela ‘coisa de criança’. Não sabia nada sobre autismo. Comecei a estudar sobre o tema, a ler muito. Busquei uma psicóloga particular para ver se ajudava. Mas a questão da agressividade aumentava”, disse em entrevista ao SINPRO-DF.
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Sem uma ajuda da equipe pedagógica da instituição na qual a filha estava matriculada, Lucy encontrou apoio no Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (CAPSi). E foi lá que Yasmin recebeu o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Após a descoberta, a aposentada achou que era hora de fazer uma mudança e matriculou a menina na Escola Classe 405 Norte, uma instituição pública da cidade de Brasília. De acordo com a mãe, antes de ser transferida para a nova escola, as crises de Yasmin eram bem frequentes, o que mudou completamente depois que ela conheceu os novos colegas e professores.
Créditos: SINPRO-DF
“Aqui ela foi bem recebida, bem tratada. As crianças acolheram muito bem a Yasmin. Depois que ela veio pra cá, ela teve só duas crises”, enfatizou.
A adaptação foi tão boa, que a menina criou novas amizades e conseguiu dar asas a sua imaginação fértil. E agora, ela acaba de lançar o seu primeiro livro, que já é sucesso de vendas!
UMA GRANDE ESCRITORA
Uma das pessoas fundamentais nesse processo é Edileusa de Sousa, professora da menina, que ajudou na adaptação de Yasmin dentro de sala de aula. De acordo com ela, a estudante gosta muito de ler, de ajudar as pessoas e tem facilidade de aprender. Também segundo ela, quando a menina chegou na escola, ela era agitada e tinha muita dificuldade de entrosamento.
Mas graças a um trabalho dos professores com as crianças, a garota logo se enturmou. “No dia do aniversário da Yasmin, falamos para ela dar o primeiro pedaço de bolo para a pessoa que ela queria. Ela deu justamente para uma criança que, no início, não a entendia de jeito nenhum”, recordou.
Entre as várias habilidades da aluna, Edileusa destaca a facilidade para contar histórias. E desse amor todo pela literatura surgiu um lindo fruto, “2030: O despertar de Uhiri”, o primeiro livro da menina, feito em parceria com a sua monitora Andréia Nayrim, que também é educadora inclusiva, cantora, compositora e escritora.
Créditos: SINPRO-DF
“A Yasmin é extraordinária. Começamos o projeto e, em pouco mais de um mês, no final de novembro, concluímos o livro”, explicou Andréia.
SUCESSO DE PÚBLICO
“2030: O despertar de Urihi” narra a história de um garoto que tem uma espécie de superpoder que faz com que mãos de petróleo saiam das paredes e realizam o que ele quer quando fica estressado. A aventura que mistura um pouco de mistério e suspense traz cenários diversos como o Ártico e a Amazônia.
Créditos: SINPRO-DF
O lançamento do livro contou com quase 100 pessoas, entre elas pessoas públicas, como o deputado distrital Leandro Grass. Apesar do nervosismo, Yasmin aproveitou o momento e ainda teve muito apoio da parceira de escrita, Andréia.
“Ela passou a maior parte do tempo de mãos dadas comigo. Eu dizia para ela: eu sei que é um momento difícil para você. Eu estou aqui com você. Você é artista”, contou a monitora.
E o mais legal é que a obra já está disponível no Kindle Unlimited. Então, se você tem a conta, que tal dar uma conferida nessa história incrível? A Yasmin é muito show!
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Fonte: SINPRO-DF
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Jornalista e redatora. Amante de gatos, livros, moda e receitinhas.
