Enfermeira brasileira inspira ao se arriscar para salvar vidas no Afeganistão

“Você tem que se manter forte na hora da crise, mas você não pode perder a humanidade”.

Você já parou para pensar como é a realidade dos profissionais de saúde que trabalham na linha de frente de guerras e conflitos? A enfermeira brasileira Ana Lúcia Bueno é uma dessas pessoas. Ela atua como coordenadora de operações médicas do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) no Afeganistão, sendo responsável por 33 hospitais.

Como foi amplamente noticiado na mídia, o Afeganistão voltou a ser governado pelo grupo Talibã no ano passado. Além de problemas com terrorismo e violência, o país enfrenta também muita pobreza e falta de acesso à saúde, educação e outros recursos básicos para a vida da população.

“Nossa função é manter o sistema funcionando. A população não é responsável por quem está governando. A vida segue, mulheres continuam tendo filhos, crianças continuam adoecendo e precisando de vacina”, diz Ana Lúcia, em entrevista para a Folha de São Paulo.

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Ana Lúcia, a enfermeira brasileira que salva vidas no Afeganistão (imagem: reprodução Folha de SP)

Essa não é a primeira vez que a enfermeira trabalha em uma zona de conflito. Ela já tem experiência de 15 anos de trabalho no Iêmen, Sudão do Sul, Somália e Faixa de Gaza.

Como você deve imaginar, trabalhar em situações assim não é nada fácil. Além da escassez de recursos, ainda há o risco de perder sua própria vida no conflito. No caso do Afeganistão, Ana Lúcia não só cuida dos pacientes, como também negocia diretamente com os membros do Talibã.

Rotina de trabalho

“Até agora venho sendo respeitada como profissional. Eles sabem que o diálogo tem que ser comigo, que sou quem toma as decisões. Um colega que é gerente de um hospital me abordou e disse: ‘Posso fazer uma pergunta? Por que na Cruz Vermelha a maioria das chefes é mulher?’ Respondi que deve ser porque somos competentes. Ele abriu um sorriso.”

Sob sua coordenação, estão 33 hospitais (imagem: reprodução Folha de São Paulo)

São pelo menos 12 trabalhadas por dia, incluindo os finais de semana. Alguns dias são muito estressantes, já que ela precisa lidar com situações inesperadas. Quando ela deu a entrevista à Folha de São Paulo, por exemplo, tinha recentemente atendido as vítimas do ataque a uma escola em Cabul, capital do Afeganistão.

Mesmo assim, Ana Lúcia deixa a mensagem de que nunca se pode perder a fé na humanidade e de lutar pelo bem do próximo.

“No momento em que a gente começa a normalizar os absurdos que a guerra cria, para de atender às demandas da população. Você tem que se manter forte na hora da crise, mas você não pode perder a humanidade. Isso é um exercício que toma anos.”

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Sair da sua casa, do seu país, do lugar onde você nasceu e cresceu não é para qualquer um. É necessário mesmo muito amor à profissão e, principalmente, às pessoas que vão se beneficiar do seu trabalho.

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