Enfermeira atropelada ao ajudar mulher que estava sendo agredida por marido volta a andar

Empatia feminina salva vidas!

Não serei livre enquanto alguma mulher for prisioneira, mesmo que as correntes dela sejam diferentes das minhas”. A frase da escritora e estadunidense, Audre Lorde, é a síntese perfeita do que é a sororidade, termo criado por movimentos feministas e que significa uma relação de irmandade e união entre mulheres.

Na prática, isso acontece de diferentes formas e a enfermeira Leidiane Rodrigues Nazário, de 35 anos, viveu isso na pele. Após presenciar um homem agredindo uma mulher na rua, a profissional de saúde parou com a sua moto para ajudar a vítima. O agressor se irritou e jogou o carro para cima dela e a arrastou por cerca de 20 metros até bater em um poste.

Com graves ferimentos, Lediane foi levada ao hospital e passou 20 dias internada. Devido às fraturas provocadas pela agressão, ela precisou fazer cirurgias no ombro, no maxilar, no quadril e no braço, onde teve uma fratura exposta.

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50 dias depois do ocorrido, ela voltou a caminhar no começo de janeiro e está animada com a sua recuperação, apesar de saber que o caminho ainda é longo. “São passos bem pequenos, mas para mim é algo muito grande. É uma sensação incrível”, comemorou.

Leidiane recebeu uma comemoração especial dos amigos e familiares no dia em que recebeu alta.
Créditos: arquivo pessoal

Lediane perdeu muita massa muscular e agora precisa da ajuda de um andador para se locomover. A enfermeira está passando por um processo de cicatrização óssea e, por tanto, não consegue ficar em pé por muito tempo e nem se apoiar no andador de uma forma mais firme. Para ajudar na recuperação, ela está fazendo fisioterapia três vezes por semana e tem novas cirurgias marcadas;

Aprendi a viver cada momento do processo. Não sofro antecipadamente pelas coisas que virão”, afirmou.

‘COMO NÃO AJUDAR?’

A agressão aconteceu no final de novembro do ano passado e gerou revolta pela internet e na cidade onde o crime ocorreu, em Goiânia. Lediane também não sabe ao certo quem é a mulher do agressor, que fugiu do local com medo de toda a situação junto com uma criança. Mas de uma coisa a enfermeira ter certeza: ela não se arrepende da atitude que tomou.

Como não ajudar? Não consegui não ajudar. Como me omitir vendo aquela mulher apanhando com tamanha violência? Fiquei com tanta pena dela, que parei“, disse em entrevista ao G1.

Agora, além do objetivo de voltar a sua rotina normal e recuperar os movimentos, Lediane também pensa em começar um projeto para ajudar mulheres vítimas de violência doméstica. “Seria uma espécie de blog, uma comunidade online para ajudar mulheres vítimas de agressão. Teriam pessoas especializadas para orientar os casos”, explicou.

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A enfermeira parou a sua moto para ajudar a desconhecida que estava sendo agredida na rua.
Créditos: arquivo pessoal

A iniciativa de Lediane é incrível e muito necessária, pois os números de denúncias de violência doméstica ou familiar contra as mulheres ainda é assustador. E se você passa por uma situação parecida, não hesite em procurar ajuda!

O Ligue 180 é um canal de atendimento exclusivo para mulheres, em todo o país e pode ser acionado por meio de ligação, site da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH), aplicativo Direitos Humanos Brasil, Telegram (digitar na busca “Direitoshumanosbrasil”) e WhatsApp (61-99656-5008). O atendimento está disponível 24h por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.

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Fonte: G1 e GOV.

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