Os melhores (e mais doloridos) ensinamentos que 2017 me trouxe

Aprendemos pelo amor, ou pela dor.

Mudanças profundas: essa é a sensação que fica, para mim, deste ano do qual nos despedimos recentemente.

2017 deu uma surra de aprendizados incômodos que modificaram, de alguma forma, desde os sentidos mais sutis até os mais grosseiros dos indivíduos e das sociedades.

O Brasil continua caminhando numa corda bamba entre drama e comédia, e todos nós procuramos nos equilibrar e sobreviver – com comida, diversão e arte.

Apesar das perdas significativas, é preciso nos redescobrir para seguir em frente. Por isso, neste início de 2018, divido algumas reflexões que 2017 me proporcionou:

#1 A coragem é intransferível

Os melhores ensinamentos que 2017 me deu (10)

Não importa o quanto você queira que o outro tome impulso para dar um passo que você sabe ser significativo na vida dele, a decisão precisa partir da pessoa. Isso vale tanto para os conselhos que não nos são pedidos quanto para os ’empurrões’ que damos.

É certo que, na maioria das vezes, a pessoa a quem damos esse tipo de ajuda se sente verdadeiramente grata pelo nosso encorajamento, porém, isso infla nossos egos; enquanto, para o outro, fica uma sutil sensação de dependência.

No final das contas, nós saímos como ‘heróis encorajadores’ enquanto o outro continua inseguro.

Precisamos aprender a discernir entre inspirar o outro por meio das nossas ações ao mesmo tempo em que permitimos o seu crescimento autônomo.

Afinal, nós encorajamos o outro porque realmente queremos que ele seja melhor e independente ou porque queremos vestir os louros de uma vitória que não é nossa?

#2 Troféus são bonitos, mas muito difíceis de carregar

Os melhores ensinamentos que 2017 me deu (9)

E eu não me refiro às taças que empoeiram nas prateleiras nem às medalhas de ouro que pesam os pescoços.

Ficou-me muito claro, este ano, como certificados, diplomas, cursos, status, tempo de experiência em determinada ‘especialidade’, títulos e fama – por mais importantes que pareçam em algum momento da nossa vida social – não são capazes de dizer quem nós somos.

Mas, muitas vezes, nos confundimos. Acreditamos ser o executivo, a engenheira, o médico, o professor, a mestre – e esquecemos que somos seres humanos: falíveis, imperfeitos, em busca de paz.

No entanto, é uma escolha nossa dedicar tanto espaço na bagagem para carregar esse peso. Um dia me disseram que a gente leva na mala os nossos medos. Vale a pena?

#3 A maternidade contagia

Os melhores ensinamentos que 2017 me deu (8)

Isso porque é no materno em que se gera a vida – a nova vida.

Quando nasce uma mãe próximo a você, nasce uma dentro de você também – não necessariamente pronta ou disposta a gerar uma vida em seu ventre, mas seguramente consciente do quão significativa aquela nova vida é para o mundo todo. Não dá pra explicar – é só sentir.

#4 Família é quem você escolhe

Os melhores ensinamentos que 2017 me deu (7)

É quem te acolhe. É quem espera passar a tempestade e quem, muitas vezes, é a própria tempestade. Mas a gente se ama e se escolhe e aprende – todos os dias: família.

#5 Às vezes, a distância é a melhor alternativa

Os melhores ensinamentos que 2017 me deu (6)

Somos seres humanos: falíveis, imperfeitos e em busca de paz. Por que, então, não aceitarmos nossas fraquezas?

Este ano, percebi que negar que se sentiu magoado, triste ou puta da vida só faz aumentar o sentimento de mágoa, tristeza e raiva no nosso coração.

Entendi que o perdão só vem quando estamos prontos para ele e que não temos controle sobre esse tempo: ele depende de todo o contexto, das ações, reações, palavras e pessoas envolvidas, não só de você.

E, se você não se sente pronto para (se) perdoar verdadeiramente, é mais genuíno tomar distância do que tomar uma atitude falsa para consigo mesmo.

#6 O mundo corporativo é, em sua maioria, uma das faces mais cruéis da sociedade

Os melhores ensinamentos que 2017 me deu (5)

Trajes sociais, maquiagem, eventos corporativos, sapatos caros e relógios de marca – essas são algumas das máscaras que escondem os maldosos comentários que explodem dos lábios macios de funcionários que se dividem entre a ganância pelo poder e status e aqueles que sofrem a opressão do ambiente tóxico que se cria em grandes corporações.

É claro que há exceções. Muitas empresas – especialmente as de pequeno porte – conseguem cultivar uma atmosfera respirável e, às vezes, até divertida dentro dos escritórios climatizados pelo ar-condicionado.

Mas, infelizmente, quanto maior o ‘case de sucesso‘, maior é a probabilidade de toparmos pessoas competitivas, egocêntricas e narcisistas que, no dia a dia, destroem a capacidade dos mais sensíveis de discernir, adoecendo psicológica e fisicamente quem – como eu – não tem estômago para esses jogos.

O mundo corporativo, enfim, faz a maioria das pessoas acreditar que é fraca, enquanto assedia moral, física e psicologicamente os seus ‘colaboradores’.

Que, neste ano, possamos colaborar com mais paz nesse ambiente, e não só com os nossos próprios interesses ou os da corporação.

#7 Nós somos o que comemos

Os melhores ensinamentos que 2017 me deu (4)

O açúcar da coca-cola, a farinha das bolachas industrializadas e o sódio dos alimentos processados têm efeitos significativamente diferentes da água da fonte, do alimento orgânico e dos sucos sem adição de açúcar no nosso organismo.

Eu não sou um exemplo nesse quesito e os produtos que citei não resumem uma ‘má’ ou ‘boa’ dieta. Mas foi justamente por sofrer, este ano, muitos malefícios de uma má alimentação e colher alguns poucos benefícios de uma boa dieta que posso afirmar o quão importante é o que colocamos no prato – e na alma.

#8 É preciso ser paciente para ser curador

Os melhores ensinamentos que 2017 me deu (3)

E para cultivar a paciência dentro dos nossos corações e não nos tornarmos dores, em vez de curadores, é preciso meditar.

#9 Todo mundo precisa de terapia

Os melhores ensinamentos que 2017 me deu (2)

Em 2017 eu ouvi frases do tipo “fulano de tal precisa de terapia”, como se ir a um psicólogo fosse um castigo – ou pior: a resolução mágica de todos os nossos problemas.

Infelizmente, em pleno século XXI ainda julgamos não só quem sofre de doenças psiquiátricas, mas também quem se cuida para evitá-las.

Então, em 2018, procure entender que fazer terapia não é uma questão de estar doente ou ser desequilibrado, mas de manter o equilíbrio em meio ao caos que é o mundo.

Por isso, deixe seu preconceito lá em 2017 e aceite: todo mundo precisa de terapia!

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#10 As mudanças mais significativas acontecem em meio ao caos

Os melhores ensinamentos que 2017 me deu (1)

E se não doeu, não mudou.

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