A Finlândia será o 1º país a revolucionar o sistema tradicional de ensino?

Foco nas interdisciplinas.

A Finlândia parece um país muito distante quando buscamos pelas gélidas imagens das suas paisagens na internet.

Ainda mais distante ela se torna da nossa realidade quando descobrimos que a nação finlandesa investe cerca de 50% do seu PIB em Educação.

Com uma população de mais de 5 milhões de habitantes (estimada em 2013), a chefe do seu Departamento de Educação – Marjo Kyllönen – tem levado ao mundo as novas perspectivas do país para a área.

Quer ver?

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Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo.

Desde 2015, Kyllönen tem trabalhado na “abolição” das disciplinas tradicionais dos currículos escolares.

Isso significa que não haverá mais aulas de Matemática, Química, Física, História, Geografia, Finlandês ou qualquer matéria que tenha seu conteúdo isolado das demais.

Ela explica que “há escolas que estão ensinando à moda antiga, o que foi benéfico no início dos anos 1900 – mas as necessidades não são as mesmas, e precisamos de algo adequado para o século XXI”.

Adeus, século XIX

Para isso, professores, diretores, pais e alunos têm trabalhado em conjunto para adequar o procedimento cujo objetivo é permitir que os alunos estudem eventos e fenômenos em um formato interdisciplinar.

Por exemplo, a Segunda Guerra Mundial será examinada a partir da perspectiva da História, Geografia e Matemática, fazendo com que os alunos também interajam com todo um conjunto de conhecimentos sobre Língua Inglesa, Economia e habilidades comunicativas.

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Foto: Pixabay.

Este sistema será introduzido aos estudantes mais velhos, de 16 anos. A ideia geral é que eles possam escolher o tópico ou o fenômeno que querem estudar, tendo em mente suas ambições para o futuro e suas capacidades.

Dessa forma, nenhum aluno terá que passar por um curso inteiro de Física ou Química, perguntando-se o tempo todo: “Pra que eu preciso saber isso?”.

A grande diferença entre a reforma finlandesa e a recente reforma brasileira é que a primeira está sendo feita com diálogo e muita cautela a fim de respeitar os estágios tanto dos alunos quanto do próprio sistema educacional.

Assim, os pilares da estrutura não são simplesmente arrancados, desmoronando o [pouco do] alicerce que [ainda] existe.

E como fica a relação professor-aluno?

O formato tradicional de comunicação professor-aluno também está mudando. Os estudantes não se sentam mais atrás das carteiras e esperam a explicação do professor. Em vez disso, eles trabalham em pequenos grupos para discutir problemas.

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Foto: Pixabay.

Isso mostra que o sistema educativo finlandês encoraja o trabalho coletivo (que é bem diferente de competição), razão pela qual as mudanças também afetam os professores.

A reforma escolar está exigindo uma grande cooperação entre professores de diferentes disciplinas.

Cerca de 70% dos professores de Helsínquia, capital da Finlândia, já realizaram trabalhos preparatórios em consonância com o novo sistema de apresentação de informações e, consequentemente, estão recebendo um aumento salarial.

Mentalidade da sociedade ajuda no processo de adaptação

Um dia, soube que aqui na minha cidade existe uma escola que tinha abolido as provas tradicionais.

Mal tive tempo de comemorar a liberdade das amarras do século passado quando a mãe de um dos alunos dessa mesma escola disse que a coordenação teve de voltar atrás na sua postura porque os pais ficaram revoltadíssimos com o “novo” procedimento.

Será que esses mesmos pais aceitariam as políticas educacionais finlandesas?

Tudo indica que sim.

Em entrevista à organização Porvir, Kyllönen deixa bem claro que o apoio da comunidade é fundamental e quando é perguntada sobre a opinião dos pais dos alunos a respeito das mudanças, a resposta é categórica:

“Na Finlândia, temos o privilégio de ter uma sociedade que valoriza a educação e os professores. Existem algumas escolas que estão dando apenas os primeiros passos e outras muito avançadas nessa reforma de suas rotinas. A resposta dos pais, no entanto, é muito satisfatória porque seus filhos estão verdadeiramente motivados.”

Na Finlândia é fácil, quero ver no Br…

Se esse é o seu pensamento, meu caro, minha cara, sinto muitíssimo por você.

Estamos todos (ou deveríamos estar) cientes de que os rumos da Educação no Brasil – assim como os da Economia e Política – são incertos e preocupantes.

Passamos por uma fase que muito se assemelha à Idade Média em muitos aspectos, mas isso não significa que enquanto nós reclamamos atrás das telas dos nossos computadores, não existam pessoas trabalhando para a melhoria da população como um todo.

Como um TODO, não apenas para poucos privilegiados por uma meritocracia ilusória.

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Foto: Pixabay.

Em setembro deste ano, por exemplo, a própria finlandesa responsável pelas mudanças em seu país participou do evento brasileiro Educação 360, “um encontro internacional que reúne pessoas que vivenciam e pensam a educação sob diferentes e novos pontos de vista e põem em prática iniciativas transformadoras”, promovido pelo Sesc e outros parceiros.

Há esperança e há caminhos claros a serem trilhados em busca de uma educação que abra a mente dos nossos cidadãos e quebre suas amarras. O que não há é desculpas para atribuir a culpa a terceiros enquanto se assiste à novela das nove.

“Tudo isso faz com que a gente reescreva a narrativa das nossas escolas. Os alunos precisam saber como aquilo que estão aprendendo está conectado com sua vida cotidiana. Queremos ser um país onde todos amam aprender.”, finaliza Marjo Kyllönen, defendendo uma abordagem cada vez mais holística do ensino e da aprendizagem.

(Esta fala de Marjo foi retirada do site oglobo.globo.com.)

Marjo espera que as mudanças sejam concluídas até 2020. Enquanto isso, ficamos com o vídeo abaixo – que circulou bastante no último 15 de outubro (Dia dos Professores, no Brasil) – para refletir:

Assista ao vídeo original, sem legendas, no YouTube.

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Fontes: brighside.me.

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