HÁBITOS vs. METAS: a diferença do que te fortalece e do que te destrói

Nada mudará sua trajetória futura como os hábitos.

HÁBITOS vs. METAS: a diferença do que te fortalece e do que te destrói
HÁBITOS vs. METAS: a diferença do que te fortalece e do que te destrói

O hábito sustentará você, quer você esteja inspirado ou não. O hábito é a persistência na prática.” — Octavia Butler

Nada mudará sua trajetória futura como os hábitos. Todos nós temos metas, grandes ou pequenas, coisas que queremos alcançar dentro de um período de tempo.

Algumas pessoas querem ganhar um milhão de dólares até os 30 anos de idade. Algumas pessoas querem perder 10 kg antes do verão. Algumas pessoas querem escrever um livro nos próximos seis meses.

Te interessa?

Quando começamos a perseguir um conceito intangível ou vago (sucesso, riqueza, saúde, felicidade), criar uma meta tangível geralmente é o primeiro passo.

Os hábitos são processos operando em segundo plano que alimentam nossas vidas. Bons hábitos nos ajudam a atingir nossas metas. Maus hábitos nos impedem.

De qualquer maneira, os hábitos influenciam de forma poderosa nossos comportamentos automáticos. A diferença entre hábitos e metas não é semântica.

HÁBITOS vs. METAS: a diferença do que te fortalece e do que te destrói
HÁBITOS vs. METAS: a diferença do que te fortalece e do que te destrói (Imagens: Unsplash)

Cada um exige diferentes formas de ação

Por exemplo:

  • Queremos aprender um novo idioma. Poderíamos decidir que queremos ser fluentes em seis meses (meta), ou poderíamos comprometer 30 minutos de prática por dia (hábito).
  • Queremos ler mais livros. Poderíamos traçar a meta de ler 50 livros até o final do ano (meta), ou poderíamos decidir sempre carregar um livro conosco (hábito).
  • Queremos passar mais tempo com nossa família. Poderíamos planejar passar sete horas por semana com eles (meta), ou poderíamos escolher jantar com eles toda noite (hábito).

Os problemas das metas

Quando queremos mudar algum aspecto de nossas vidas, traçar uma meta geralmente é o primeiro passo mais lógico. Apesar de ser elogiado por muitos gurus de autoajuda, esta abordagem tem alguns problemas.

Metas possuem um ponto final. É por isso que muitas pessoas se revertem ao estado anterior após atingir determinada meta.

As pessoas correm maratonas, depois param de se exercitar totalmente

Ou elas ganham certa quantidade de dinheiro e se afundam em dívidas logo depois. Outros atingem uma meta de peso apenas para estragar o seu progresso, comendo demasiadamente para comemorar.

As metas contam com fatores que nem sempre temos controle. É um fato inevitável que atingir uma meta nem sempre é possível, não importa o esforço.

Uma lesão pode arruinar uma meta de exercícios

Um gasto inesperado pode sabotar uma meta financeira. Uma tragédia familiar pode impedir uma meta de produção criativa.

Quando traçamos uma meta, estamos tentando transformar o que geralmente é um processo heurístico em um processo algorítmico.

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Metas contam com força de vontade e autodisciplina. Como Charles Duhigg escreveu em “O Poder do Hábito”:

Força de vontade não é apenas uma habilidade. É um músculo, como os músculos em seus braços ou pernas, e eles ficam cansados se trabalham duro, portanto há menos força sobrando para outras coisas.”

Manter uma meta em mente e usá-la para direcionar nossas ações exige força de vontade constante. Durante períodos em que outras partes da nossa vida esgotam nossa força de vontade, é fácil esquecer de nossas metas.

Por exemplo, a meta de guardar dinheiro exige autodisciplina toda vez que fazemos uma compra. Enquanto isso, o hábito de colocar $50 em uma poupança toda semana exige pouco esforço. Os hábitos, não metas, fazem coisas difíceis serem fáceis.

As metas podem nos tornar complacentes e imprudentes. Estudos mostraram que o cérebro das pessoas pode confundir a definição de metas com realizações.

Este efeito é mais nítido quando as pessoas informam outras pessoas de suas metas. Além disso, metas irrealistas podem levar a comportamentos perigosos e antiéticos.

Os benefícios dos hábitos

O hábito é a interseção de conhecimento (o que fazer), habilidade (como fazer) e desejo (querer fazer).” — Stephen Covey

Uma vez formados, os hábitos operam automaticamente. Os hábitos tornam tarefas difíceis – como guardar dinheiro – em tarefas fáceis.

O propósito de um conjunto de hábitos bem formado é garantir que alcancemos nossas metas em passos graduais. Os benefícios de uma abordagem sistemática para a realização incluem o seguinte:

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Os hábitos podem ultrapassar nossas metas

Digamos que a meta de uma pessoa é escrever um romance. Ela decide escrever 200 palavras por dia, portanto isso deveria levar 250 dias.

Escrever 200 palavras por dia exige pouco esforço e, mesmo nos dias mais cheios e estressantes, a pessoa consegue. Contudo, em alguns dias, aquele pequeno passo leva a pessoa a escrever 1000 palavras ou mais.

Como resultado, ela termina o livro em muito menos tempo. Por outro lado, definir como meta “escrever um livro em quatro meses” teria sido intimidador.

Os hábitos são mais fáceis de completar. Como Duhigg escreveu:

Os hábitos são poderosos, porém frágeis. Eles podem emergir fora de nossa consciência ou podem sem deliberadamente desenhados. Geralmente eles ocorrem sem nossa permissão, mas podem ser remodelados ao brincar com suas partes. Eles moldam nossas vidas muito mais do que percebemos – eles são tão fortes, na verdade, que fazem com que nossos cérebros se apeguem a eles, excluindo todo o resto, incluindo o senso comum.”

Uma vez que desenvolvemos um hábito, nosso cérebro muda para tornar o comportamento mais fácil de completar. Após mais ou menos 30 dias de prática, a execução de um hábito torna-se mais fácil do que não fazê-lo.

Os hábitos são para a vida toda

Nossas vidas são estruturadas em volta de hábitos, muitos deles quase imperceptíveis.

De acordo com a pesquisa de Duhigg, os hábitos representam 40% das horas que estamos acordados. Estas ações, geralmente minúsculas, nos fazem quem somos.

William James (um homem que sabia dos problemas causados por maus hábitos) resumiu sua importância de tal forma:

Toda a nossa vida, na medida em que tem forma definida, é apenas uma massa de hábitos – práticos, emocionais e intelectuais – sistematicamente organizados para nosso bem ou mal e nos levando irresistivelmente para nosso destino, qualquer que seja este último.”

Uma vez que um hábito fica enraizado, pode durar a vida toda (a não ser que seja quebrado por alguma razão).

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Os hábitos podem se combinar

Stephen Covey parafraseou Gandhi quando ele explicou:

“Semeie um pensamento, colha uma ação; semeie uma ação, colha um hábito; semeie um hábito, colha um caráter; semeie um caráter, colha um destino.”

Em outras palavras, criar um único hábito pode ter um grande impacto em nossas vidas. Duhigg chama isso de hábitos angulares. São comportamentos que fazem com que as pessoas mudem áreas relacionadas em suas vidas.

Por exemplo, uma pessoa que começa a se exercitar diariamente pode acabar comendo melhor e bebendo menos. Da mesma forma, aqueles que quebram um mau hábito podem acabar o substituindo por uma alternativa positiva.

Os hábitos podem ser tão pequenos quanto necessário. Um conselho comum para aqueles que buscam criar um hábito é começar pequeno. O psicólogo de Stanford BJ Fogg recomenda “pequenos hábitos”, como passar fio dental em um dente.

Uma vez que ele fica enraizado, o grau de complexidade pode ser aumentado. Se você quer ler mais, pode começar com 25 páginas por dia.

Após isso se tornar parte da sua rotina, você pode aumentar o número de páginas para atingir sua meta.

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Por que uma abordagem sistemática funciona?

Primeiro criamos nossos hábitos, depois nossos hábitos nos criam.” — Charles C. Nobel

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Ao mudar nosso foco de alcançar metas específicas para criar hábitos positivos de longo prazo, podemos melhorar continuamente nosso estilo de vida.

Isso é uma evidência de hábitos documentados de muitas pessoas bem-sucedidas.

Warren Buffett lê o dia todo para adquirir o conhecimento necessário para seus investimentos.

Stephen King escreve 1000 palavras por dia, 365 dias por ano (um hábito que ele descreve como “um tipo de sono criativo”).

O atleta Eliud Kipchoge faz anotações depois de cada sessão de treino para estabelecer áreas que podem ser melhoradas.

Esses hábitos, repetidos centenas de vezes durante anos, não são acidentais. Com consistência, os benefícios destas ações não-negociáveis se somam e levam a realizações extraordinárias.

Enquanto as metas contam com motivação extrínseca, os hábitos são automáticos. Eles literalmente religam nosso cérebro.

Quando buscamos atingir alguma coisa em nossa vida, seria bom investir nosso tempo formando hábitos positivos, ao invés de nos concentrarmos em uma meta específica.

Este artigo é uma tradução do Awebic do texto originalmente publicado em Farnam Street.

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