Imagine que existisse uma única política que reduziria o desemprego e o subemprego, abordasse as condições de saúde e aumentasse a produtividade.
Além disso, essa mesma política ajudaria o meio ambiente, melhoraria a vida das famílias, encorajaria os homens a fazerem mais tarefas domésticas e tornaria as pessoas mais felizes.
Parece fantasia, mas existe: a semana de quatro dias.
A libertação do trabalho excessivo foi uma das primeiras exigências do movimento trabalhista. A partir das cinzas da guerra civil, o sindicalismo americano se reuniu por um dia de oito horas.
“Um movimento que correu com velocidade expressa do Atlântico para o Pacífico, da Nova Inglaterra para a Califórnia”, como disse Karl Marx.
Em 1890, centenas de milhares de pessoas se aglomeraram no Hyde Park, em Londres, para um protesto histórico pela mesma demanda.
É uma causa que precisa ser resgatada urgentemente.
As pessoas trabalham demais, não apenas as 44 horas semanais realizadas em média por trabalhadores em tempo integral, mas também horas extras não remuneradas.
Para vocês terem uma ideia, de acordo com o TUC (um sindicato central do Reino Unido), os britânicos trabalharam 2,1 bilhões de horas não pagas apenas no ano passado – impressionantes £ 33,6 bilhões (aproximadamente R$ 144,5 bilhões) de mão-de-obra gratuita.
Esse excesso de trabalho causa danos significativos. Só no ano passado, no Reino Unido, 12,5 milhões de dias de trabalho foram perdidos por causa do estresse, depressão ou ansiedade no trabalho.
De longe, a maior causa – em cerca de 44% dos casos – foi o carga de trabalho. O estresse pode aumentar o risco todos os tipos de problema de saúde, desde pressão alta até acidentes vasculares cerebrais.