Por que a Alimentação Viva ajuda a emagrecer?

Veja algumas perguntas sobre o tema respondidas por uma profissional.

Você saberia dizer quantas vezes na semana come alimentos crus ou realmente adota um estilo de vida saudável em que prefere os alimentos o mais “vivos” possível, em sua forma mais natural?

Alimentação Viva (“Raw Food”) é um estilo de vida em que os adeptos escolhem comer mais frutas, vegetais e tudo o que vem da natureza e não seja de origem animal.

Além disso, os adeptos sabem a forma correta de preparar esses alimentos, como explica a nutricionista e instrutora de Raw Food, Juliana Rocha ao blog Barra de Cereal da jornalista Aline Mendes.

A nutricionista explica que existem três níveis de seguidores da Alimentação Viva:

  • Crudívoros: aqueles que comem alimentos 100% crus, o que exige maior cuidado com a higienização;
  • Aqueles que comem 70% de alimentos crus e 30% cozidos, podem ser veganos e vegetarianos, incluem derivados de leite, ovos e peixe;
  • E as pessoas que estão em transição e consomem saladas cruas e sucos verdes.

Benefícios da Alimentação Viva

A nutricionista observa que por geralmente ser comida orgânica, consumida crua, a Alimentação Viva contribui para o funcionamento fisiológico e equilíbrio do organismo, fornece vários nutrientes ao corpo e ajuda na prevenção e tratamento de doenças como câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, entre outras. Além disso, ajuda a emagrecer.

Além de tudo isso, esse tipo de alimentação possui outros benefícios como os fitonutrientes que previnem doenças, melhoram a função celular e dão saciedade.

Antes de aderir, busque um profissional:

A Alimentação Viva “evita a perda de nutrientes no cozimento, assegurando maior disponibilidade dos nutrientes no alimento e maior absorção dos nutrientes pelo organismo através do seu consumo”, afirma a nutricionista Débora Giácomo, em entrevista concedida ao Awebic.

Veja algumas perguntas respondidas pela profissional:

O que uma pessoa precisa prestar atenção ao seguir esse tipo de alimentação? O que você orienta?

Oriento a pessoa a não fazer isso sozinha, ela deve ter acompanhamento multiprofissional tanto de um nutricionista, endocrinologista e também de psicólogo.

O nutricionista é muito importante, porque uma pessoa sozinha não vai conseguir adaptar os alimentos que ela precisa consumir para substituir uma refeição.

A única pessoa que pode calcular esses alimentos é um nutricionista.

E qual seria o efeito colateral que uma pessoa pode ter ao iniciar esse tipo de alimentação?

Efeito colateral no organismo para começar, a parte mais importante, é a higienização desses alimentos e quanto ao agrotóxico e os micro-organismos patogênicos que causam doenças transmitidas por alimentos.

Então começa a partir da higienização. E pode causar algum déficit nutricional dependendo se a pessoa tem alguma patologia, por exemplo, que necessite de um nutriente mais do que de outro.

Mesmo passando por um nutricionista, a pessoa ainda pode ter uma reação inicial até conseguir se adaptar?

Sim, pode. É como se fosse abstinência de alguns alimentos.

O meu TCC da faculdade foi sobre a comensalidade, e eu abordei muito o alimento ser mais do que apenas um alimento para obter energia. Mas é uma ligação emocional que a pessoa tem.

Até faço uma analogia com a comida da avó, por exemplo.

Se você come ou sente o cheiro parecido com a comida da sua avó, aquilo tem alguma ligação emocional com você.

Então a pessoa começa a consumir algumas dietas muito restritivas e não consegue manter, porque é muito mais do que obtenção de energia.

A comensalidade é um tipo de bem-estar ao comer alguma coisa?

Isso, porque uma hora a pessoa vai sentir falta daquele alimento e talvez restringindo tanto, ela volta a consumir o alimento, vai querer consumir demais e o organismo não vai estar preparado para receber.

Por exemplo, as pessoas que restringem o glúten podem vir a se tornar intolerantes.

Em quanto tempo essa reeducação alimentar levaria para quem decide por esse estilo de vida?

Qualquer reeducação alimentar é longa, é um período longo.

A gente fala que tem a parte da aceitação do organismo, da aceitação emocional da pessoa.

Então, levaria no mínimo um ano para a pessoa conseguir virar adepta dessa alimentação.

E por exemplo, a pessoa está há um ano fazendo essa alimentação viva, deslizar uma única vez atrapalha o processo de continuidade?

Atrapalha, é como se ela iniciasse do zero.

Eu tenho colegas nutricionistas que são vegetarianos e a pessoa não consegue manter essa dieta, porque a alimentação está muito presente na nossa vida, a gente sai pra comer com os amigos.

Então é aquilo, a alimentação é mais do que só comer.

Dessa forma, é muito difícil a pessoa conseguir sozinha se adaptar a uma dieta assim.

Até porque a sociedade é totalmente diferente de uma dieta tão restritiva.

Você pode dizer se a alimentação viva tem mais prós do que contras ou o contrário?

Estão equiparados os prós e os contras.

Nenhum está acima do outro. Vai depender da pessoa individualmente, é difícil generalizar.

Talvez para uma pessoa seja bom, talvez para outra não.

Como é o atendimento antes de indicar algum tipo de alimentação?

Toda vez que a gente encontra um paciente, primeiro analisamos qual é o objetivo e qual é a situação emocional daquele paciente.

Por que ele está buscando? Por exemplo, se for um paciente que está buscando uma dieta mais restritiva, a gente vai analisar o por que daquilo, e vamos adaptar de acordo com a vida, com a pessoa e com aquilo que ela busca.

Eu não vou impor para pessoa e falar assim “você não pode, você tem que comer isso”.

Eu vou buscar fazer o melhor dentro daquilo que o paciente quer.

E quando a pessoa consome alimentos além do que precisa?

A proteína, por exemplo. Se você come muito além do que você necessita, você vai sobrecarregar o seu rim e futuramente, você pode ter alguns problemas.

Isso é o mais difícil de colocar na cabeça das pessoas, porque os problemas vão vir só lá no futuro. Não vai ser uma coisa instantânea.

Por isso talvez as pessoas façam uso de suplementos e não comem alguns alimentos indiscriminadamente.

A nutricionista Débora ressalta que além da “maior disponibilidade de micro-organismos patogênicos e toxinas (agrotóxicos) que podem aumentar e agravar as doenças transmitidas por alimentos”, outro ponto negativo é a adesão a estilo de vida e/ou dieta sem acompanhamento multiprofissional:

“É importante acompanhamento de um profissional especializado para que o indivíduo consiga adaptar esse tipo de alimentação ao seu estilo de vida, evitando déficit nutricional e emocional, que o não consumo de alguns alimentos podem ocasionar.”

Mais uma dica da nutricionista Débora:

“Ao cozinhar o alimento não descartar a água, utilizar em outra preparação. E uma das melhores formas de preservar ao máximo os nutrientes na cocção (cozimento) é utilizar o método a vapor”.

Pensando em seguir a Alimentação Viva ou qualquer outra? Procure um nutricionista e cuide-se!

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Fonte: wp.clicrbs.com.br, Entrevista com a nutricionista Débora Giácomo (CRN: 50052) concedida à Taianne Rodrigues.

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