Ferramentas do pensamento: 9 modelos mentais para resolver seus problemas

Quer percebamos ou não, usamos esses modelos todos os dias.

Quando me deparei pela primeira vez com o discurso de 1995 de Charlie Munger, A Psicologia do Mau Julgamento Humano, percebi que podia aprender mais com ele do que com meu MBA.

Então, passei os anos seguintes lendo e pesquisando sobre vieses cognitivos e como nos enganamos.

Munger me mostrou que o mundo tinha mais a oferecer do que apenas ciência da computação e negócios, as duas disciplinas em que mais passei meu tempo.

Ele abriu um mundo de modelos mentais, que é apenas um termo chique que significa ferramentas de pensamento que você pode usar para resolver problemas.

Um modelo mental é simplesmente uma representação de como algo funciona. Não podemos manter todos os detalhes do mundo em nossos cérebros, por isso usamos modelos para simplificar o complexo em partes compreensíveis e organizáveis.

Quer percebamos ou não, usamos esses modelos todos os dias para pensar, decidir e entender nosso mundo.

Embora existam milhões de modelos mentais, quero focar em nove que o ajudará pensar melhor nos problemas.

1. O mapa não é o território

Ferramentas Mentais

O mapa da realidade não é a realidade.

Até os melhores mapas são imperfeitos. Isso porque eles são reduções do que representam.

Se um mapa representasse o território com perfeita fidelidade, não seria mais uma redução e, portanto, não seria mais útil para nós.

Um mapa também pode ser um momento de um ponto no tempo, representando algo que não existe mais. É importante ter isso em mente quando pensamos em problemas e tomamos decisões.

2. Círculo de Competência

Quando o ego – e não a competência – dirige o que empreendemos, temos pontos cegos.

Se você sabe o que entende, sabe onde tem uma vantagem sobre os outros. Quando você é honesto sobre onde seu conhecimento está faltando, você sabe onde está vulnerável e onde pode melhorar.

Compreender o seu círculo de competências melhora a tomada de decisões e os resultados.

3. Pensamento de primeiros princípios

Pensamento de primeiros princípios é uma das melhores maneiras de fazer engenharia reversa de situações complicadas e desencadear possibilidades criativas.

Às vezes chamado de “raciocínio a partir de primeiros princípios”, é uma ferramenta para ajudar a esclarecer problemas complicados, separando as ideias ou fatos subjacentes de quaisquer suposições baseadas neles.

O que resta são os essenciais.

Se você conhece os primeiros princípios de algo, você pode construir o resto de seu conhecimento em torno deles para produzir algo novo.

4. Experimentos mentais

Experimentos mentais podem ser definidos como “dispositivos da imaginação usados para investigar a natureza das coisas”. [1]

Muitas disciplinas, como filosofia e física, fazem uso de experimentos mentais para examinar o que pode ser conhecido. Ao fazê-lo, elas podem abrir novos caminhos para investigação e exploração.

Os experimentos mentais são poderosos porque nos ajudam a aprender com nossos erros e evitar os futuros. Eles nos permitem assumir o impossível, avaliar as possíveis consequências de nossas ações e reexaminar a história para tomar melhores decisões.

Eles podem nos ajudar a descobrir o que realmente queremos e a melhor maneira de chegar lá.

5. Pensamento de segunda ordem

Quase todo mundo pode antecipar os resultados imediatos de suas ações. Esse tipo de pensamento de primeira ordem é fácil e seguro, mas também é uma maneira de garantir que você obtenha os mesmos resultados obtidos por todos.

O pensamento de segunda ordem é pensar mais à frente e pensar holisticamente.

Isso requer que consideremos não apenas nossas ações e suas consequências imediatas, mas também os efeitos subsequentes dessas ações. Não considerar os efeitos de segunda e terceira ordem pode desencadear um desastre.

6. Pensamento probabilístico

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O pensamento probabilístico está essencialmente tentando estimar, usando algumas ferramentas de matemática e lógica, a probabilidade de qualquer resultado específico acontecer.

É uma das melhores ferramentas que temos para melhorar a precisão de nossas decisões.

Em um mundo onde cada momento é determinado por um conjunto infinitamente complexo de fatores, o pensamento probabilístico nos ajuda a identificar os resultados mais prováveis.

Quando sabemos disso, nossas decisões podem ser mais precisas e efetivas.

7. Inversão

A inversão é uma ferramenta poderosa para melhorar o seu pensamento, pois ajuda a identificar e remover obstáculos para o sucesso. A origem de inversão é “invertido”, o que significa subir ou virar de cabeça para baixo.

Como uma ferramenta de pensamento, significa aproximar-se de uma situação do extremo oposto do ponto de partida natural.

A maioria de nós tende a pensar de uma forma sobre um problema: em frente. A inversão nos permite inverter o problema e pensar para trás.

Às vezes é bom começar no começo, mas pode ser mais útil começar no final.

8. Navalha de Occam

As explicações mais simples são mais prováveis de serem verdadeiras do que as complicadas. Essa é a essência da Navalha de Occam, um princípio clássico de lógica e solução de problemas.

Em vez de desperdiçar seu tempo tentando refutar cenários complexos, você pode tomar decisões com mais confiança, baseando-as na explicação de que tem menos partes móveis.

9. Navalha de Hanlon

Difícil de rastrear em sua origem, a Navalha de Hanlon afirma que não devemos atribuir à malícia aquilo que é mais facilmente explicado pela estupidez.

Em um mundo complexo, usar esse modelo nos ajuda a evitar a paranoia e a ideologia. Por geralmente não assumir que resultados ruins são culpa de um agente ruim, nós procuramos opções em vez de oportunidades perdidas.

Este modelo nos lembra que as pessoas cometem erros. Exige que perguntemos se existe outra explicação razoável para os eventos ocorridos.

A explicação mais provável é a que contém a menor quantidade de intenções.

[1] Brown, James Robert and Fehige, Yiftach, “Thought Experiments”, The Stanford Encyclopedia of Philosophy(Summer 2017 Edition), Edward N. Zalta (ed.). Retirado de: https://plato.stanford.edu/entries/thought-experiment/

Este artigo é uma tradução do Awebic do texto originalmente publicado em Farnam Street Blog.

Imagens: pexels.com e pixabay.com

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