Aos 89 anos, Irmã Maria Joana Otília, ou simplesmente Irmã Otília, tem uma rotina diária de caminhada de 6km. O destino? A Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim, onde faz visitas para quem está internado na instituição e aceita ouvir as doces palavras dessa senhora calma e com um coração gigante.
As visitas são realizadas por Irmã Otília desde que ela tinha 60 anos e só foram interrompidas durante a pandemia. De acordo com ela, “É de domingo a domingo, sem folga, sem nada. O meu coração não aceita folga, porque, para o doente, não existe folga. Quando eu morrer, eu paro”, afirma.
Além do Hospital, a religiosa tem suas outras tarefas diárias que ela faz com muito esmero: o crochê e o bordado. Todos os dias, das 20h às 21h, ela dedica o seu tempo para produzir lindas peças que vão para a doação. “Faço isso só para quebrar galho. É bom fazer alguma coisa”, explica.
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Créditos: Alessandro de Paula
Com uma saúde de ferro, ela afirma que faz tudo com amor, pois essa é a sua vocação. “Sou uma pessoa simples e só cumpro o que Jesus me mandou fazer”, enfatiza.
Toda essa dedicação começou quando ela era ainda bem nova e foi no trabalho com os doentes que descobriu o seu verdadeiro propósito de vida. Em 1960, a freira recebeu o Santo Hábito e, nove anos depois, fez os votos de pobreza, castidade e obediência.
E a solidariedade sempre falou mais alto para Otília! Quando tinha 17 anos, ela foi para um colégio religioso em Minas Gerais, seu estado natal. Lá, se deparou com um lugar cheio de luxo e que não a fazia feliz. “Por mim, vendia aquelas coisas todas e dava tudo aos pobres”, relembra.
DEDICAÇÃO RECONHECIDA
Para seguir os seus princípios e vocação, ela então conversou com o bispo do local, que entendeu prontamente a situação e a encaminhou para uma instituição onde crianças com transtornos psiquiátricos eram tratadas.
“Fui conhecer e era uma situação muito triste, até assustadora na maioria das vezes. Mas senti no meu coração que ali eu seria útil e poderia abençoar a vida daquelas crianças”, afirma.
Após essa experiência, ela se mudou para Cachoeira de Itapemirim, onde mora até hoje. Natural de Oliveira, uma cidade do interior de Minas Gerais, ela recebeu uma homenagem da Câmara Municipal de Cachoeira de Itapemirim, que lhe concedeu o título de Cidadão Cachoeirense em uma solenidade linda e emocionante
Créditos: divulgação
Além disso, Irmã Otília também recebeu o título de Mulher Cachoeirense! De acordo com o presidente da Câmara, Brás Zagotto, essas homenagens são maneiras de reconhecer os serviços que o hospital e a freira oferecem para os pacientes do SUS.
Fofa demais! Por aqui, a gente deseja muita saúde e anos de vida para você, Irmã Otília!
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Fonte: Tribuna Online.
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Jornalista e redatora. Amante de gatos, livros, moda e receitinhas.
