Sob o plenilúnio da literatura brasileira, as palavras de Raimundo Correia irão tocar seu coração e mostrar as tonalidades da vida.
No poema “Plenilúnio,” a lua não é apenas uma esfera celeste, mas um farol que ilumina os recantos mais profundos da mente.
Descubra a seguir um dos poemas mais emocionantes de Raimundo Correia e guarde no coração essas lindas palavras de reflexão.
Te interessa?
Poema “Plenilúnio” de Raimundo Correia
Além nos ares, tremulamente,
Que visão branca das nuvens sai!
Luz entre as franças, fria e silente;
Assim nos ares, tremulamente,
Balão aceso subindo vai…Há tantos olhos nela arroubados,
No magnetismo do seu fulgor!
Lua dos tristes e enamorados,
Golfão de cismas fascinador!Astro dos loucos, sol da demência,
Vaga, noctâmbula aparição!
Quantos, bebendo-te a refulgência,
Quantos por isso, sol da demência,
Lua dos loucos, loucos estão!Quantos à noite, de alva sereia
O falaz canto na febre a ouvir,
No argênteo fluxo da lua cheia,
Alucinados se deixam ir…Também outrora, num mar de lua,
Voguei na esteira de um louco ideal;
Exposta aos euros a fronte nua,
Dei-me ao relento, num mar de lua,
Banhos de lua que fazem mal.Ah! quantas vezes, absorto nela,
Por horas mortas postar-me vim
Cogitabundo, triste, à janela,
Tardas vigílias passando assim!E assim, fitando-a noites inteiras,
Seu disco argênteo n’alma imprimi;
Olhos pisados, fundas olheiras,
Passei fitando-a noites inteiras,
Fitei-a tanto, que enlouqueci!Tantos serenos tão doentios,
Friagens tantas padeci eu;
Chuva de raios de prata frios
A fronte em brasa me arrefeceu!Lunárias flores, ao feral lume,
– Caçoilas de ópio, de embriaguez –
Evaporaram letal perfume…
E os lençóis d’água, do feral lume
Se amortalhavam na lividez…Fúlgida névoa vem-me ofuscante
De um pesadelo de luz encher,
E a tudo em roda, desde esse instante,
Da cor da lua começo a ver.E erguem por vias enluaradas
Minhas sandálias chispas a flux…
Há pó de estrelas pelas estradas…
E por estradas enluaradas
Eu sigo às tontas, cego de luz…Um luar amplo me inunda, e eu ando
Em visionária luz a nadar,
Por toda a parte, louco arrastando
O largo manto do meu luar…
Até mesmo alguns poemas sobre o céu irão te mostrar o poder de certos textos de reflexão em nossas vidas – aproveite cada momento como se fosse único.
Por que a lua é tremulante no poema de Raimundo Correia?
Primeiramente, no texto de Correia, a imagem da lua, “tremulamente” nos ares, evoca a transitoriedade e a fluidez da vida.
Na verdade, ela é a testemunha silente de inúmeras histórias, um balão aceso subindo, assim como os sonhos que buscam alcançar alturas inexploradas.
A luz entre as nuvens, fria e silente, leva os leitores a refletir sobre os momentos de serenidade que surgem mesmo nas circunstâncias mais difíceis.
Logo, o escritor Raimundo Correia, ao descrever a lua como “astro dos loucos, sol da demência,” mergulha nas dualidades que compõem a jornada humana. Guarde no coração esses poemas sobre o sol para refletir.
Qual o significado da lua no poema de Raimundo Correia?
A lua é, ao mesmo tempo, a inspiração dos enamorados e a fonte de devaneios para os que se perderam na trama complexa da vida.
Com isso, o astro reflete o magnetismo do fulgor que pode tanto cativar quanto enlouquecer. Percebeu o quanto o escritor simplifica alguns aspectos da vida?
Na verdade, a alusão ao mar de lua transporta para as águas profundas da existência. Quem nunca percebeu o quanto a vida pode ser ainda mais feliz com reflexões, não é mesmo?
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Assim como o poeta que vagou na esteira de um louco ideal, todos nós, em algum momento, nos lançamos às correntes do desconhecido
Você tem buscado significado em mares de incertezas?
Você precisa entender que a exposição à luz lunar, metaforicamente desprotegida e vulnerável, remete os leitores às experiências cruas e desafiadoras que enfrentamos na jornada da vida.
Na verdade, a lua, em seu esplendor noturno, torna-se um espelho para as emoções humanas. Além disso, ela testemunha:
- Noites de contemplação;
- Febres intensas;
- Cismas e devaneios.
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A imagem de olhos pisados e fundas olheiras ressoa com a intensidade das paixões e dos sofrimentos que a vida pode infligir.
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Celebre a complexidade humana com o poema de Raimundo Correia
O poema de Raimundo Correia não é apenas uma ode à lua, porém, uma celebração da complexidade humana.
Com isso, as lunárias flores e o ópio da embriaguez lançam um véu de fatalismo sobre a existência – um símbolo dos prazeres que muitas vezes nos distraem do essencial.
Logo, as estradas enluaradas, percorridas às tontas e cegas de luz, refletem a jornada tumultuada e desafiadora que é viver.
Até mesmo esses lindos trechos de poemas românticos irão te mostrar o quanto o amor pode ser transformador em nossas vidas.
A lua transcende as noites enluaradas
Assim como o poeta, cada um de nós carrega consigo o manto largo do seu próprio luar, navegando pelos oceanos inexplorados da vida.
O fato é que a reflexão sobre a lua transcende as noites enluaradas. Na verdade, é um convite para contemplarmos nossas próprias jornadas.
Reconhecendo a beleza e o caos que fazem parte da tapeçaria única de cada existência, que possamos guardar no coração as lindas palavras de Raimundo Correia.
Com certeza esses poemas sobre flores também irão te ajudar a ser uma pessoa mais centrada e conhecer mais da magia da literatura.
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Redator Web desde 2017, um leitor voraz e apaixonado por livros de ficção histórica.
