13 poemas de Castro Alves que arrepiarão sua alma de alegria

Busque inspiração nesses lindos poemas!

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O grande Castro Alves foi um poeta engajado, cuja obra era um veículo de protesto contra a escravidão e as injustiças sociais. Continue aqui e leia impactantes poemas do escritor.

Na verdade, seus versos inflamados e comprometidos com a causa dos escravos ajudaram a sensibilizar a sociedade para a necessidade de abolir a escravatura.

A literatura tem o poder de libertar, mostrar para a sociedade lutas e causas legítimas que podem mudar o mundo.

Te interessa?

Foi pensando nisso que selecionamos alguns poemas de Castro Alves para você conhecer mais sobre as obras do escritor e se inspirar. Aproveite!

Poemas de Castro Alves

Seus poemas são marcados por uma linguagem apaixonada, imagens vívidas e metáforas poderosas que evocam emoções profundas.

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13 poemas de Castro Alves que arrepiarão sua alma de alegria. (Imagens: Unsplash)

Veja a seguir é cuidadosa seleção de poemas de Castro Alves para você conhecer ainda mais o impacto de suas obras para a literatura nacional.

1 – Mocidade e morte

Oh! Eu quero viver, beber perfumes
Na flor silvestre, que embalsama os ares;
Ver minh’alma adejar pelo infinito,
Qual branca vela n’amplidão dos mares.
No seio da mulher há tanto aroma…
Nos seus beijos de fogo há tanta vida…
Árabe errante, vou dormir à tarde
A sombra fresca da palmeira erguida.

Mas uma vez responde-me sombria:
Terás o sono sob a lájea fria.

Morrer… quando este mundo é um paraíso,
E a alma um cisne de douradas plumas:
Não! O seio da amante é um lago virgem…
Quero boiar à tona das espumas.
Vem! Formosa mulher —camélia pálida,
Que banharam de pranto as alvoradas.
Minh’alma é a borboleta, que espaneja
O pó das asas lúcidas, douradas…

2 – Quando eu morrer

Quando eu morrer… não lancem meu cadáver
No fosso de um sombrio cemitério
Odeio o mausoléu que espera o morto
Como o viajante desse hotel funéreo.

Corre nas veias negras desse mármore
Não sei que sangue vil de messalina,
A cova, num bocejo indiferente,
Abre ao primeiro o boca libertina.

Ei-la a nau do sepulcro-o cemitério…
Que povo estranho no porão profundo!
Emigrantes sombrios que se embarcam
Para as plagas sem fim do outro mundo.

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3 – Canção do boêmio

Que noite fria! Na deserta rua
Tremem de medo os lampiões sombrios.
Densa garoa faz fumar a lua,
Ladram de tédio vinte cães vadios.

Nini formosa! por que assim fugiste?
Embalde o tempo à tua espera conto.
Não vês, não vós?… Meu coração é triste
Como um calouro quando leva ponto.

A passos largos eu percorro a sala
Fumo um cigarro, que filei na escola…
Tudo no quarto de Nini me fala
Embalde fumo… tudo aqui me amola.

Diz-me o relógio cinicando a um canto
“Onde está ela que não veio ainda?”
Diz-me a poltrona “por que tardas tanto?
Quero aquecer-te rapariga linda.”

4 – Onde estás

É meia-noite… e rugindo
Passa triste a ventania,
Como um verbo de desgraça,
Como um grito de agonia.
E eu digo ao vento, que passa
Por meus cabelos fugaz:
“Vento frio do deserto,
Onde ela está? Longe ou perto? “
Mas, como um hálito incerto,
Responde-me o eco ao longe:
“Oh! minh’amante, onde estás?…

Vem! É tarde! Por que tardas?
São horas de brando sono,
Vem reclinar-te em meu peito
Com teu lânguido abandono!…
‘Stá vazio nosso leito…

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5 – O vôo do gênio

A ATRIZ EUGÊNIA CÂMARA

Um dia em que na terra a sós vagava
Pela estrada sombria da existência,
Sem rosas—nos vergéis da adolescência,
Sem luz d’estrela—pelo céu do amor;
Senti as asas de um arcanjo errante
Roçar-me brandamente pela fronte,
Como o cisne, que adeja sobre a fonte,
Às vezes toca a solitária flor.

6 – Adormecida

Uma noite eu me lembro… Ela dormia
Numa rede encostada molemente…
Quase aberto o roupão… solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.

‘Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina…
E ao longe, num pedaço do horizonte
Via-se a noite plácida e divina.

De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras
Iam na face trêmulos — beijá-la.

7 – O gondoleiro do amor

Teus olhos são negros, negros,
Como as noites sem luar…
São ardentes, são profundos,
Como o negrume do mar;

Sobre o barco dos amores,
Da vida boiando à flor,
Douram teus olhos a fronte
Do Gondoleiro do amor.

Tua voz é cavatina
Dos palácios de Sorrento,
Quando a praia beija a vaga,
Quando a vaga beija o vento.

E como em noites de Itália
Ama um canto o pescador,
Bebe a harmonia em teus cantos
O Gondoleiro do amor.

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8 – Pedro Ivo

República!… Voo ousado
Do homem feito condor!
Raio de aurora inda oculta
Que beija a fronte ao Tabor!
Deus! Por qu’enquanto que o monte
Bebe a luz desse horizonte,
Deixas vagar tanta fronte,
No vale envolto em negror?!…

Inda me lembro… Era, há pouco,
A luta!… Horror!… Confusão!…
A morte voa rugindo
Da garganta do canhão!..
O bravo a fileira cerra!…
Em sangue ensopa-se a terra!…
E o fumo — o corvo da guerra —
Com as asas cobre a amplidão…

9 – O livro e a América

Talhado para as grandezas,
P’ra crescer, criar, subir,
O Novo Mundo nos músculos
Sente a seiva do porvir.
—Estatuário de colossos —
Cansado doutros esboços
Disse um dia Jeová:
“Vai, Colombo, abre a cortina
“Da minha eterna oficina…
“Tira a América de lá”.

Molhado inda do dilúvio,
Qual Tritão descomunal,
O continente desperta
No concerto universal.

10 – Canção do africano

Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no chão,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão.

De um lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar…
E à meia voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde,
Talvez pra não o escutar!

“Minha terra é lá bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem!

11 – Ode ao dois de julho

Não! Não eram dois povos, que abalavam
Naquele instante o solo ensangüentado…
Era o porvir-em frente do passado,
A Liberdade-em frente à Escravidão,
Era a luta das águias – e do abutre,
A revolta do pulso-contra os ferros,
O pugilato da razão – com os erros,
O duelo da treva-e do clarão!…

No entanto a luta recrescia indômita…
As bandeiras — como águias eriçadas —
Se abismavam com as asas desdobradas
Na selva escura da fumaça atroz…
Tonto de espanto, cego de metralha,
O arcanjo do triunfo vacilava…
E a glória desgrenhada acalentava
O cadáver sangrento dos heróis!…

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12 – O navio negreiro

‘Stamos em pleno mar… Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm… cansam
Como turba de infantes inquieta.

‘Stamos em pleno mar… Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro…
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro…

‘Stamos em pleno mar… Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes…
Qual dos dois é o céu? qual o oceano?

13 – A Duas Flores

São duas flores unidas
São duas rosas nascidas
Talvez do mesmo arrebol,
Vivendo, no mesmo galho,
Da mesma gota de orvalho,
Do mesmo raio de sol.

Unidas, bem como as penas
das duas asas pequenas
De um passarinho do céu…
Como um casal de rolinhas,
Como a tribo de andorinhas
Da tarde no frouxo véu.

Unidas, bem como os prantos,
Que em parelha descem tantos
Das profundezas do olhar…
Como o suspiro e o desgosto,
Como as covinhas do rosto,
Como as estrelas do mar.

Unidas… Ai quem pudera
Numa eterna primavera
Viver, qual vive esta flor.
Juntar as rosas da vida
Na rama verde e florida,
Na verde rama do amor!

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