8 poemas de Edgar Allan Poe para conhecer mais das obras do contista

Poemas que marcaram sua carreira como escritor!

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Edgar Allan Poe, o mestre dos contos macabros, é uma figura que transcende fronteiras e exerce uma influência forte na literatura mundial.

Sua importância para a literatura vai além das barreiras geográficas e linguísticas, pois suas obras impactaram profundamente escritores e leitores por séculos.

Na verdade, os poemas de Edgar Allan Poe são verdadeiras joias da cultura, marcados por uma melancolia profunda e uma exploração da psique humana. 

Te interessa?

Foi pensando nisso que selecionamos alguns poemas brilhantes do escritor Edgar Allan Poe para relembrar grandes sucessos.

Poemas de Edgar Allan Poe

Sua habilidade em criar atmosferas sombrias e enigmáticas é incomparável, e isso viverá de maneira poderosa com os leitores ao redor do mundo.

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8 poemas de Edgar Allan Poe para conhecer mais das obras do contista. (Imagens: Unsplash)

Confira a seguir alguns poemas do escritor para você conhecer o lado poeta do romancista e contista. Aproveite essa oportunidade para ler boa literatura e se divertir.

1 – A minha mãe

PORQUE os anjos (bem sei) na celestial altura,
quando falam de amor entre si, meigamente,
não podem encontrar uma expressão mais pura
que a de mãe, nem mais linda, ungida e comovente,
eu, de há muito, te dou esse nome perfeito,
pois tu és, para mim, mais do que mãe, por certo,
desde que a morte veio instalar-te em meu peito,
ao tornar, de Virgínia, o espírito liberto.

A minha própria mãe, morta no albor da vida,
foi minha mãe, tão-só; mas tu és mãe daquela
que tanto amei; por isso, és muito mais querida,
infinitamente és mais querida do que ela,
assim como minha alma achava mais preciosa
que a própria salvação – minha adorada esposa.

2 – Um Enigma

“SEMPRE é raro achar – diz Dom Salomão Zebral –
Parte de ideia, até no verso mais profundo.
Através do que é leve e fácil ver-lhe (qual
olhando por chapéu de Nápoles) o fundo.

Tal chapéu será o nada? E há damas para usá-lo!
E ainda pesa que um teu poema, ó Petrarca
tolo, penugem vã de mocho, que a um abalo
torvelinha, a esvoaçar, enquanto o olhar o abarca!”

Ninharia Assim é – por certo Salomão
fez bem o julgamento – é bolha de sabão
efêmera, em geral, fugaz e transparente.

Aqui, porém, Lewis, querida, podes crê-lo,
opacos, imortais, são os meus versos, pelo
nome lindo que esconde o poema – e está presente.

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3 – Só

NÃO FUI, na infância, como os outros
e nunca vi como outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar de fonte igual à deles;
e era outra a origem da tristeza,
e era outro o canto, que acordava
o coração para a alegria.
Tudo o que amei, amei sozinho. 

Assim, na minha infância, na alba
da tormentosa vida, ergueu-se,
no bem, no mal, de cada abismo,
a encadear-me, o meu mistério. 

Veio dos rios, veio da fonte,
da rubra escarpa da montanha,
do sol, que todo me envolvia
em outonais clarões dourados;
e dos relâmpagos vermelhos
que o céu inteiro incendiavam; 

e do trovão, da tempestade,
daquela nuvem que se alterava,
só, no amplo azul do céu puríssimo,
como um demônio, ante meus olhos.

4 – A Helena

TUA BELEZA, Helena, faz pensar
nesses barcos de Nice que, por mar
perfumado, levavam, docemente,
outrora, o viajor cansado e doente
ao seu nativo lar.

Quanto oceano sulquei, desesperado!
E em teu nobre perfil, na flava coma,
no encanto pela Náiade imitado,
volto à Grécia gloriosa do passado,
ao esplendor de Roma!

Sim! No nicho fulgente da janela,
à luz de ônix, teu vulto se revela,
lâmpada a mão, uma estátua pagã.
Ó, psique, que me vieste dessa bela
e sagrada Canaã!

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5 – A Marie-Louise Shew

DE TODOS para quem tua proposta é o dia;
de todos para quem é tua ausência, a noite,
um eclipse total do sol no céu profundo;
de todos os que sempre, a chorar, te bendizem,
pela esperança, a vida e, sobretudo, pela
ressurreição da fé, bem fundo sepultada,
na Humanidade, na Verdade, na Virtude;

de todos que, no leito ímpio do desespero,
esperavam a morte e de pronto se ergueram
à tua voz murmurante e suave – “A luz se faça!” –
sob a voz murmurante e suave, que se espelha
no seráfico ardor de teus olhos esplêndidos;

de todos os que mais te devem e que, gratos,
rendem-te ardente culto, oh! Lembra o mais sincero,
recorda-te do mais fervente e devotado
e pensa que ele traça estes versos tão frágeis
e que, ao traçá-los, treme, ante o só pensamento
de sua alma em comunhão com o espírito de um anjo!

6 – Canção

EM TUA FESTA de núpcias eu te vi,
ardendo de rubor.
E havia só venturas junto a ti;
e era, a teus pés, o mundo, todo amor.

E, em seu olhar, a luz incandescente
(ah! Qualquer que ela fosse!)
era o que, para o meu olhar dolente,
existia na terra de mais doce.

E era o rubor, o pejo purpurino
da virgem (por que não?).
Mas uma chama infrene, em desatino,
a seu brilho, ai!, nasceu no coração

de quem, na festa nupcial, te via
ao vir-te esse rubor.
E só venturas junto a ti havia;
e era, a teus pés, o mundo, todo amor…

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7 – O lago

NO VERDOR de meu ano, meu destino
foi só habitar, de todo o vasto mundo,
uma região que amei mais do que todas,
tanto encantava a solidão de um lago
selvagem, que cercavam negras rochas
e altos pinheiros, dominando tudo.

Mas quando a Noite, em treva, amortalhava
esse recanto e o mundo, e o vento místico
chegava, murmurando melopeias,
então, ah! Sempre em mim se despertava
o terror desse lago solitário.

Não era, esse, um terror, porém, de espanto,
mas um delicioso calafrio,
sentimento que as joias mais preciosas
não inspiram, nem fazem definir;
nem mesmo o amor, nem mesmo o teu amor.

Reinava a Morte na água envenenada
e seu abismo era um sepulcro digno
de quem pudesse ali achar consolo
para seus pensamentos taciturnos,
de quem a alma pudesse, desolada,
no torvo lago ter um Paraíso.

8 – Vésper

ERA em pleno verão.
Andava a noite em meio.
E as estrelas, no seu revoluteio,
luziam desbotadas, ao clarão
maior da lua fria,
que, entre a turba dos astros que a servia,
dos céus vinha lançar
seu brilho sobre o mar.

Olhei por um instante
o seu sorriso enregelante,
para mim frio, tão frio…
e lá passou, qual fúnebre atavio,
uma nuvem, que em flocos se reparte.

Voltei-me então, a olhar-te,
Vésper altiva e nobre,
de esplendor que a distância não encobre,
e mais caro seu brigo me há de ser;
pois o prazer
é o que de mais esplêndido tu trazes
para o meu coração,
nas ondas que, no céu, à noite, fazes,
e é bem maior a minha admiração
por tua chama afastada
que por aquela luz, tão perto, mas gelada.

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