7 poemas de Machado de Assis para conhecer o seu lado poético

Poemas para aquecer o coração!

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O grande e eterno Machado de Assis é indiscutivelmente um dos mais talentosos escritores da literatura brasileira e esses poemas irão te mostrar o porquê.

A verdade é que a genialidade do escritor se manifesta não apenas em sua habilidade como romancista e contista, mas também na escrita de belos poemas.

Além disso, Machado de Assis presenteou a literatura brasileira com sua poesia encantadora, histórica e emocionante que enche o coração de amor.

Te interessa?

Logo, seus versos, muitas vezes reflexivos e melancólicos, exploram a sensibilidade humana de forma única. Pensando nisso, selecionamos alguns poemas de Machado de Assis para você ler da boa literatura brasileira.

Poemas de Machado de Assis

A relevância de Machado de Assis para a literatura brasileira é inegável, logo, muito de suas obras até hoje encantam leitores ao redor do mundo.

Na verdade, o escritor não apenas enriqueceu o cânone literário do Brasil, mas também contribuiu significativamente para a identidade nacional. 

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7 poemas de Machado de Assis para conhecer o seu lado poético. (Imagens: Unsplash)

Com isso, sua crítica à sociedade de sua época ainda ressoa atualmente, tornando-o um autor atemporal. Veja a seguir ótimos poemas do escritor e entenda o quanto ele contribuiu para a cultura nacional.

1 – A uma senhora que me pediu versos

Pensa em ti mesma, acharás
Melhor poesia,
Viveza, graça, alegria,
Doçura e paz.

Se já dei flores um dia,
Quando rapaz,
As que ora dou têm assaz
Melancolia.

Uma só das horas tuas
Valem um mês
Das almas já ressequidas.

Os sóis e as luas
Creio bem que Deus os fez
Para outras vidas.

2 – Cala-te, amor de mãe

Cala-te, amor de mãe! Quando o inimigo
Pisa da nossa terra o chão sagrado.
Amor de pátria, vivido, elevado,
Só tu na solidão serás comigo!

O dever é maior do que o perigo;
Pede-te a pátria, cidadão honrado;
Vai, meu filho, e nas lides do soldado
Minha lembrança viverá contigo!

É o sétimo, o último. Minh’alma repartida,
Vai toda aí, convosco repartida,
E eu dou-a de olhos secos, fria e calma.

Oh! não te assuste o horror da márcia lida;
Colhe no vasto campo a melhor palma;
Ou morte honrada ou gloriosa vida.

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3 – Minha musa 

A Musa, que inspira meus tímidos cantos,
É doce e risonha, se amor lhe sorri;
É grave e saudosa, se brotam-lhe os prantos.
Saudades carpindo, que sinto por ti.

A Musa, que inspira-me os versos nascidos
De mágoas que sinto no peito a pungir,

Sufoca-me os tristes e longos gemidos,
Que as dores que oculto me fazem trair.

A Musa, que inspira-me os cantos de prece,
Que nascem-me d’alma, que envio ao Senhor.
Desperta-me a crença, que às vezes ‘dormece
Ao último arranco de esp’ranças de amor.

A Musa, que o ramo das glórias enlaça,
Da terra gigante — meu berço infantil,
De afetos um nome na idéia me traça,
Que o eco no peito repete: — Brasil!

A Musa, que inspira meus cantos é livre,
Detesta os preceitos da vil opressão,
O ardor, a coragem do herói lá do Tibre,
Na lira engrandece, dizendo: — Catão!

O aroma de esp’rança, que n’alma recende,
É ela que aspira, no cálix da flor;
É ela que o estro na fronte me acende,
A Musa que inspira meus versos de amor!

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4 – A Carolina

Querida, ao pé do leito derradeiro
Em que descansas dessa longa vida,
Aqui venho e virei, pobre querida,
Trazer-te o coração do companheiro.

Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
Que, a despeito de toda a humana lida,
Fez a nossa existência apetecida
E num recanto pôs um mundo inteiro.

Trago-te flores, – restos arrancados
Da terra que nos viu passar unidos
E ora mortos nos deixa e separados.

Que eu, se tenho nos olhos malferidos
Pensamentos de vida formulados,
São pensamentos idos e vividos.

5 – A saudade

Meiga saudade! — Amargos pensamentos
A mente assaltam de valor exausta,
Ao ver as roxas folhas delicadas
Que singelas te adornam.

Mimosa flor do campo, eu te saúdo;
Quanto és bela sem seres perfumada!
Que te inveja o jasmim, a rosa e o lírio
Com todo o seu perfume?

Repousa linda flor, num peito f ‘rido,
A quem crava sem dó a dor funesta,
O horrível punhal, que fere e rasga
Um débil coração.

Repousa, linda flor, vem, suaviza
A frágua que devora um peito ansioso,
Um peito que tem vida, mas que vive
Envolto na tristeza!…

Mas não… deixo-te aí causando inveja;
Não partilhes a dor que me consome,
Goza a ventura plácida e tranqüila,
Mimosa flor do campo.

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6 – Ontem eu era criança

Que brincava nos delírios,
Ontem, hoje, amanhã
Entre murta, rosa e lírios,
No meio d’etéreos círios,
Nos brincos que a gente alcança;
Que sonho p’ra mim, que vida
Nas ânsias tão bem traída!

Que noites de tanta lida,
Nos gozos em que não cansa!
Hoje sou qual triste bardo
Cismando na virgem bela,
Nos meigos sorrisos dela;
Que, porém, já se desvela
Do futuro vir mui tardo!

— Pranteio na pobre lira,
Qual nauta que já suspira
Nas ânsias em que delira,
Nas chamas em qu’eu só ardo!

Amanhã serei no mundo
Perseguido em meu cansaço,
Sem já ter amigo braço
Que me ajude a dar um passo
Neste pego sem ter fundo;

Nem sequer a minh’amada
Se julgando mal fadada
Não virá mui namorada
Me mostrar um rir jucundo!

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7 – Naquele eterno azul, onde Coema

Naquele eterno azul, onde Coema,
Onde Lindóia, sem temor dos anos,
Erguem os olhos plácidos e ufanos,
Também os ergue a límpida Iracema.

Elas foram, nas águas do poema,
Cantadas pela voz de americanos,
Mostrar às gentes de outros oceanos
Jóias do nosso rútilo diadema.

E, quando a magna voz inda afinavas
Foges-nos, como se a chamar sentiras
A voz da glória pura que esperavas.

O cantor do Uruguai e o dos Timbiras
Esperavam por ti, tu lhe faltavas
Para o concerto das eternas liras.

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Você gostou dessa excelente seleção de poemas de Machado de Assis para conhecer o lado poético do contista e romancista? Então não perca mais tempo e compartilhe com os seus amigos e familiares esses lindos textos da literatura brasileira.

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