Aos 60 anos, argentina inspira ao largar trabalho para viajar o mundo de bicicleta

“Há tanto do mundo para se ver”

Para muitas pessoas, a idade é um fator limitante quando se trata de viver certos sonhos. Afinal, a sociedade como um todo costuma ter um etarismo muito grande e, mesmo que silencioso, que impõe comportamentos esperados para uma pessoa que entra na famosa terceira idade.

Sem se importante com isso, a argentina Mónica Romero deixou seu emprego em design de interiores e planejamento de eventos para cair na estrada completamente sozinha, apenas acompanhada de sua fiel bicicleta. Esposa, mãe de quatro filhos e avó, ela começou essa aventura aos 55 anos, quando fez sua primeira viagem de bicicleta pelo Oriente Médio.

Hoje, aos 60 ela completou uma rota pelo Nordeste do Brasil, onde foi voluntária em albergues e residências. Tudo isso não seria possível sem o apoio da família, que a incentivou desde que era criança. Seu marido, militar e que passou muito tempo viajando e fazendo campanhas na Antártica não a acompanha nas viagens, mas dá todo seu apoio.

Te interessa?

Claro que sempre me perguntam como, sendo esposa, mãe e avó, me permito essas aventuras e respondo que estou na melhor idade, em que meus filhos estão crescidos e o corpo ainda responde perfeitamente às demandas”, explicou em entrevista ao Los Andes.

E se engana quem pensa que viagens são apenas para pessoas ricas, como explica Mónica. De acordo com ela, um planejamento é a base para embarcar em uma aventura. “Considerando que tudo o que nos faz felizes cabe em quatro ou cinco alforjes, não acumular bens materiais é essencial, assim como coisas que geram despesas fixas, optar por uma vida austera, não consumir nada supérfluo e economizar cada centavo que puder para viajar”, enfatiza.

UMA INFÂNCIA DIFERENTE

Filha mais velha de pais muito jovens, Mónica era a companheira inseparável das aventuras de seu pai, que incluíam cross country, pesca, caça e entre outros desafios completamente diferentes para a vida de uma criança com uma criação tradicional.

Além disso, a sua família sempre era muito receptiva para todos os tipos de pessoas e já chegou a abrigar hippies e viajantes. “Eu os ouvia maravilhados e foi assim que o bicho multicultural começou a me morder”, relembrou Mónica.

A argentina se casou muito jovem e aos 24 anos já tinha três filhos, com um estilo de vida adulto considerado normal, dividindo o seu tempo entre casa, família e trabalho: “Meu sonho de ver o mundo foi adiado por décadas“, afirmou.

Devido a tantas circunstancias, ela achava que não poderia mais fazer nada daquilo que sonhou quando criança e adolescente, até que aos 50 anos, querendo adquirir uma boa condição física para escalar uma montanha, comprou uma mountain bike.

Que surpresa minha! No meu primeiro passeio pedalei 36 km com absoluta facilidade e em três horas. Fiz meus cálculos e disse a mim mesma: se em um dia posso pedalar 60 km, em dez dias posso fazer 600, e em um mês 1.800 e em quantos dias….”, disse com orgulho.

UMA CIDADÃ DO MUNDO

Desde então, o sonho de infância foi desengavetado e colocado no mundo – literalmente. As viagens, que começaram com passeios em grupo por cidades próximas acabaram se tornando travessias pelos Andes, países da América Latina, Oriente Médio e Europa.

Atualmente, com 60 anos, as aventuras continuam e as lições de vida nunca parar. Os planos de Mónica são visitar países como Cuba, Venezuela, Tailândia, Vietnã, Marrocos, Tanzânia e Madagascar.

Apaixonada por suas aventuras e descobertas, ela realiza palestras nas quais encoraja todos aqueles, independentemente da idade, que também querem realizar os seus sonhos.

Como lidar com medos, histórias sobre costumes, locais onde ficou, alimentação durante as viagens e como se preparar para as viagens fazem parte das histórias que partilha!

E ela contou mais um pouco do que é necessário para cair no mundo: “Enfrentar todos os medos, livrar-se de preconceitos, ousar fazer uma jornada de autoconhecimento e introspecção. Isso só se consegue viajando sozinho e assim podemos desprogramar-nos e permanecer neutros para simplesmente sermos nós mesmos”.

Que história mais incrível e inspiradora, não é mesmo? E você? Teria coragem de deixar tudo para trás para conhecer o mundo?

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Fonte: Los Andes

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