Conta a história que após o Grande Dilúvio a humanidade se multiplicou e se espalhou pela Terra. As pessoas então decidiram construir uma cidade e uma torre “que chegasse até os céus“, com o objetivo de fazer um nome para si mesmas e evitar serem dispersas pelo mundo.
Porém, Deus não ficou satisfeito com os planos e decidiu confundir as línguas dos trabalhadores para que não pudessem mais se entender mutuamente. Assim, as pessoas não conseguiam mais se comunicar e se separaram em grupos de acordo com suas línguas recém-adquiridas.
A narrativa bíblica é vista como um mito por muitos estudiosos, mas reflete totalmente a realidade da população mundial: diferentes línguas que, muitas vezes, impedem uma comunicação clara e compreensível.
Te interessa?
Sabendo dessas dificuldades geradas pelos diferentes idiomas, um grupo formado por cinco alunos da Universidade de São Paulo (USP) e um da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) criaram um aplicativo que facilita o aprendizado e o ensino das diferentes línguas de sinais usadas em cada parte do mundo.
O sucesso do aplicativo “Sign Link” foi tão grande que os jovens venceram a segunda edição do German-Brazilian EdTech Hackathon 2023, um evento que tem como objetivo estimular a resolução de problemas educacionais por meio da tecnologia.
QUEBRANDO BARREIRAS
Para você ter uma ideia das barreiras linguísticas que esses estudantes quebraram, hoje, quem depende da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para se comunicar e deseja estudar na França, por exemplo, terá que aprender a usar a Língua de Sinais Francesa (LSF) para poder se comunicar por lá.
E, claro, a maioria dos materiais didáticos sobre LSF estão disponíveis apenas em francês. Assim, a pessoa precisaria aprender francês para só depois conseguir acessar esses materiais e, depois, aprender LSF. Isso acontece nos outros países do mundo, pois existe um amplo leque de línguas gestuais!
Créditos: Pexels
Com o objetivo de quebrar essa barreira, o “Sign Link” faz um pareamento entre duas pessoas surdas a partir de palavras chaves. Dessa forma, os usuários podem trocar conhecimento e ir se desenvolver ao longo do tempo. Super legal, não é mesmo?
AJUDE O PROJETO!
Animado com o resultado, Pedro Augusto, estudante do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, explicou que o grupo foi convidado por três universidades alemãs para apresentar o projeto em seus hubs de inovação.
O mais incrível é que existe a possibilidade de concretizar o aplicativo com o apoio dessas instituições, que estão entre as mais inovadoras da Europa.
“Além disso, ganhamos um prêmio de dois mil euros para nos ajudar com os custos da viagem. Porém, esse valor está muito aquém do que é necessário para que possamos ir à Alemanha”, explicou o aluno.
Agora, o grupo precisa de fundos para submeter o projeto a programas diferentes para viabilizar a apresentação da proposta em três universidades alemãs. Se você quer ajudar com esse projeto maravilhoso é só acessar a campanha de financiamento coletivo (crowdfunding)!
Mas, se você não puder contribuir financeiramente e conhece algum especialista em línguas de sinais, saiba que dá para ajudar respondendo esse formulário sobre as vivências da comunidade surda.
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Fonte: ICM USP.
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Jornalista e redatora. Amante de gatos, livros, moda e receitinhas.
