Cidade do interior do Ceará realiza primeira feira literária da região e prestigia biblioteca com mais de 15 mil obras

Uma celebração do conhecimento

Qualquer amante de livro que se preze ama passar horas em uma livraria ou biblioteca admirando os exemplares, olhando os inúmeros volumes e procurando qual próxima história irá prendê-lo e, quem sabe, mudar a sua vida!

Porém não é toda cidade brasileira que conta com um espaço bom dedicado a livros. Na contramão dessa triste realidade, a pequena cidade de Lavras da Mangabeira, no interior do Ceará, conta com um acervo incrível com mais de 15 mil obras.

Criada em julho de 19995, a Sala de leitura José Cândido Dias é fruto de um sonho do professor Francisco lvonildo Dias da Silva e que tem como missão de atender a comunidade – em especial, os estudantes da região. Sem apoio público, o espaço se mostra uma potência cultural no estado e sediou esse ano a primeira feira literária na localidade, a Fliman.

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Também professor, Dias da Silva, é filho de Francisco lvonildo e fala com orgulho da realização do pai. “Papai cedeu um terreno encostado na casa dele. Ficou alegre com a ideia. E com a ajuda do povo, um dava telha, um tijolo, construímos o prédio para abrigar estes livros”, afirma.

Com mais de 15 mil obras, a biblioteca é a maior fonte de conhecimento da região.
Créditos: divulgação

De acordo com ele, o local é frequentado não apenas por moradores do distrito, mas também por pessoas de cidades vizinhas. Apesar das doações terem sido feitas pelo pai, Dias explica que a família não tinha o hábito da leitura.

No entanto, o que não faltava em Francisco era a vontade de mudar a realidade do distrito. “Àquela altura, a localidade contava com duas escolas públicas. Alunos e professores não tinham onde pesquisar para fazer um texto, um estudo qualquer, não tinham fontes”, informa Dias.

FONTE DE CONHECIMENTO INESGOTÁVEL 

Uma das maiores provas do sucesso da Sala de Leitura José Cândido Dias, a Fliman foi totalmente gratuita e reuniu diversas atividades, como lançamento de oito livros, palestras, show de artistas locais e apresentações literárias. O evento fez barulho pela região e teve impacto em outros municípios, como Cedro, Várzea Alegre, Cariri, Aurora e entre outros.

A Feira foi realizada entre os dias 15 e 16 de julho e contou com diversas atividades.
Créditos: divulgação

De acordo com o escritor Pedro Luiz Oliveira, a biblioteca proporcionou a atmosfera para que a feira fosse realizada. “Mangabeira é um distrito, comunidade pequena, cinco mil habitantes, mas que tem tradição literária. Catalogamos 40 escritores de vários gêneros: poesias, crônicas, contos e historiografias. Essa Feira estava latente para acontecer, de fato, agora concretizou-se“, comemora.

A ideia agora é organizar uma edição a cada dois anos, afirmando uma data no calendário cultural do Ceará. Animado com o resultado da Fliman e com a expansão da biblioteca, Dias da Silva afirma que a comunidade respira os benefícios do acesso ao conhecimento. “A maneira de prolongar a existência do livro é abrindo livro, a leitura é quem faz e prolonga a existência. O livro guardado na gaveta, sem que alguém pegue e leia, ele não existe. O livro é sagrado”, finaliza.

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Fonte: Diário do Nordeste

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