Google homenageia a primeira engenheira negra do Brasil; conheça Enedina Alves Marques

No Paraná, a engenheira pioneira deixou sua marca em obras importantes para o estado

Imagem: g1

Frequentemente, o Google homenageia personalidades importantes da história com uma ilustração em sua homepage. Recentemente, foi a vez de uma brasileira que muitos talvez não conheçam: Enedina Alves Marques, a primeira engenheira negra do nosso país.

Em 1945, época na qual a população negra não tinha tantas oportunidades como agora, Enedina se formou em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná. Ela precisava se dividir entre o trabalho e os estudos, tendo se graduado aos 32 anos de idade. Além do racismo, ainda teve de enfrentar o machismo. Seu pioneirismo torna sua formação universitária ainda mais relevante.

Homenagem do Google à Enedina na homepage de busca (imagem: reprodução/Google)

“A universidade não era pensada para mulheres e nem para pretos. Pense: foi uma mulher preta, pobre, filha de escravos libertos que sobreviveu em uma turma com homens brancos da elite. Foi uma batalha muito árdua e significativa”, disse, ao g1, Lindamir Salete Casagrande, professora pós-doutora em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismos e autora de um livro infantil que conta a história de Enedina.

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E olha que legal: em sua própria família, Enedina foi uma grande inspiração. Lizete, sobrinha da engenheira, decidiu seguir os passos da tia e investiu na educação. Tornou-se professora de Educação Física.

Enedina Alves Marques nasceu em Curitiba, no Paraná (imagem: reprodução/Wikipédia)

“A vida dela não foi fácil. Ela lutou muito para se formar. Foi a única dos sete irmãos, todos homens. Ela era a única mulher. Eles todos trabalhavam e ela foi a única que estudou. Só que antigamente o estudo não era valorizado como é agora”, disse Lizete.

Projeto de usina

No Paraná, a engenheira pioneira deixou sua marca em obras importantíssimas para o estado. Entre elas, a Usina Governador Pedro Viriato Parigot de Souza, na cidade de Antonina. O projeto contou com a participação da Enedina, que tocou a construção no meio do mato e para isso chegou a carregar até mesmo um revólver na cintura.

A professora Lindamir faz, no entanto, uma ressalva sobre a trajetória da Enedina, para que as pessoas não generalizem e acabem deixando de lado as dificuldades que os negros enfrentam.

“Nascida em Curitiba, fez toda formação em Curitiba, com muita luta e algumas oportunidades. A gente não pode esquecer disso, porque se não, vai cair naquela história da meritocracia: ‘Olha, se esforçando todo mundo consegue’. Não. Ela se esforçou muito, ela tinha capacidade, mas ela teve oportunidade. A primeira oportunidade foi dada pelo patrão da mãe dela que matriculou ela em uma escola, porque se ele não tivesse feito isso, ela não teria como ter essa trajetória tão bacana e tão importante para a sociedade.”

Um legado que, certamente, jamais será perdido e, com essa homenagem do Google, mais pessoas puderam conhecer sua história!

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Fonte: g1

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