Primeiro homem trans na chefia da Prefeitura de Goiânia conta superação em Cracolândia

Uma história de vida mega inspiradora, John Maia se tornou superintendente de LGBTQIA+ da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas (SMDHPA) de Goiânia em maio desse ano e é a primeira pessoa trans a estar à frente de uma superintendência de todo o Brasil. Uma conquista que parecia impossível para quem já morou […]

Uma história de vida mega inspiradora, John Maia se tornou superintendente de LGBTQIA+ da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas (SMDHPA) de Goiânia em maio desse ano e é a primeira pessoa trans a estar à frente de uma superintendência de todo o Brasil.

Uma conquista que parecia impossível para quem já morou na Cracolândia e foi gerente de uma “biqueira”, lugar onde são vendidas as drogas. Hoje, aos 38 anos, John atende famílias em situação de vulnerabilidade e busca fazer a diferença na vida de diversas pessoas por meio de outras iniciativas.

É uma gratificação muito grande. Não é um marco só para o John, é um marco nacional e uma conquista para a população LGBTQIA+, porque nós podemos mostrar que somos capacitados para estar ocupando qualquer cargo”, disse em entrevista ao G1.

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Nascido em 1983, em Santo André, no estado de São Paulo, ele passou a sua infância em São José dos Campos e aos 17, mudou-se para São Paulo. A sua trajetória na capital paulista foi marcada por períodos tristes e muito complicados. John precisou catar papelão e trabalhou como porteiro em uma boate, onde acabou tendo o primeiro contato com o crime, através do tráfico de drogas.

John conta que renasceu das cinzas e hoje tem objetivo de ajudar a comunidade LGBTQIA+ – Créditos: Prefeitura de Goiânia/Fernando Leite

Três anos depois ele teve o primeiro contato com o crack e ficou completamente dependente da droga, o que o levou a passar dois anos em situação de rua. “A primeira vez que eu fumei, eu fumei cem pedras de crack. É pouco, mas suficiente para destruir uma vida. A rua é onde você perde sua dignidade, sua autoestima, o poder de olhar para si e de pensar em ser uma pessoa melhor”, afirmou.

RENASCIDO DAS CINZAS

Depois de ser preso por roubo, John decidiu retornar a Caraguatatuba e à casa de sua mãe. “Saí da prisão no dia do aniversário da minha filha. Fui para Caraguatatuba e tive um apoio surreal”, relembrou. Porém, sua mãe acabou falecendo e ele se mudou para Goiânia onde decidiu que iria recomeçar a vida do zero.

Na capital, ele fez a cirurgia de mastectomia, se tornando o primeiro homem trans a realizar o procedimento no Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG). Na época, quem realizou o procedimento foi o cirurgião plástico Sergio Augusto da Conceição, que “bateu no peito e abraçou a causa da população transexual”, de acordo com John.

Agora limpo das drogas e com um cargo de grande responsabilidade, ele tem como objetivo vencer o preconceito que ainda existe em relação à população LGBTQIA+. “Quero mostrar que pessoas trans podem ser advogados, médicos, dentistas e, por capacitação e mérito, podem estar ocupando qualquer lugar. Somos todos iguais“, enfatizou.

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Pessoas como John nos mostram que mesmo os períodos mais sombrios da vida podem ser superados quando temos o apoio de pessoas amadas e uma força interna para seguirmos em frente!

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