Irmãos judeus do interior da Paraíba encontram na arte um meio de lidar com o preconceito sofrido na escola

A arte salva!

A escola é um período que pode ser muito difícil para crianças e adolescentes que não se sentem ajustados e acabam sofrendo bullying por parte dos colegas. Em pleno século XXI, esse comportamento é ainda muito presente e, em alguns casos, faz ate mesmo com que os jovens abandonem os estudos devido à pressão social.

Quem vive na pele esses ataques covardes são os irmãos Yitzhak, de 19 anos e Golda Meier, que acaba de completar 17. Filhos de seu Jonas e Dona Rosilene, eles são descendentes de judeus e moram na cidade de Campina Grande, no estado da Paraíba.

A aparência e costumes muito diferentes da cultura local é o grande motivo pela intolerância não apenas por parte dos jovens, mas também pelos professores das escolas que já frequentaram.

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Eu e meu irmão éramos discriminados, não sei porquê, porque ficam perguntando se a gente é daqui, mas o povo diz porque teu sotaque é estranho, não aceitam, meu irmão já apanhou, foi terrível, eu também já fui muito criticada em escola. Eu enfrento, mas meu irmão foi mais humilhado”, lamenta Golda.

Yitzhak aprende hebraico sozinho através de músicas.
Créditos: Beatriz Oliveira

O escape dessa realidade tão cruel que os irmãos encontraram foi a arte! Filhos de um pai autodidata, a família tem no sangue o talento e a sensibilidade para criar os mais lindos desenhos. Jonas alias é o responsável pela criação do desenho da bandeira da cidade de Boa Vista (PB).

Com a pandemia e a falta de aceitação entre os colegas de classe fez com que os irmãos deixassem a escola. Agora, a dupla dedica o seu tempo para aperfeiçoar os talentos artísticos e estudar em casa mesmo, local que expressa muito bem o dom que essa família carrega.

Pelas paredes é possível encontrar pinturas e desenhos do pai, que vão do estilo abstrato ao surrealismo. Uau!

Os desenhos feitos pelo pai decoram a casa da família.
Créditos: Beatriz Oliveira

ARTE PARA FUGIR DA REALIDADE

Apesar de todo o sofrimento vivido na escola, Golda diz que quer voltar e lamenta ter perdido um ano de estudos oficiais. “Nunca reprovei, nem perdi nenhum ano letivo”, afirma a garota.

Apaixonada por moda, ela é especialista em desenhar modelos de roupas, em especial croquis. Sua principal inspiração são os anos 50 e o estilista francês Christian Dior. “Comecei a admirar os modelos daquele tempo e me veio a ideia de juntar meu jeito de desenhar com aquele estilo”, explica.

E Golda sonha grande: ela ainda quer ter suas criações vestidas por grandes modelos e apreciadas em grandes desfiles por aí. “Queria patrocínio para produzir os modelos. Sempre foi o meu sonho ser lançada como estilista e assinar desfiles nacionais e internacionais, como a São Paulo Fashion Week”, informa.

Enquanto isso, Yitzhak estuda hebraico sozinho e lê a bíblia na outra língua. Além disso, ele também é ótimo em desenhos e produz charges e caricaturas cheias de emoção.

De acordo com a irmã, o garoto chegou a sofrer violência dos próprios professores na escola e ficava trancado na sala no intervalo. Os senhos feitos por ele são uma maneira de lidar com a realidade e construir mundos melhores.

Infelizmente casos como esses são muito mais comuns do que se imagina. Que as futuras gerações saibam lidar melhor com as diferenças, respeitando a individualidade e pluralidade que existe nesse mundo. Afinal, todos querem ser amados e respeitados – e é isso o que nos une!

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Fonte: Razões Para Acreditar

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