Enquanto sua vizinha Sérvia passava por um período de guerra turbulento, a Itália gozava de paz. Essa tranquilidade típica da região somada às belas paisagens italianas inspiraram o sardenho senhor Pierpaolo Paradise a morar e criar o seu próprio hotel ali, em Cinque Terre.
Uma das consequências dos conflitos no país vizinho era o abandono animal por parte das famílias que fugiam e não podiam levar seus pets.
Os animais que ficavam eram sacrificados pelo poder público. Um grupo de ativistas da causa animal se sensibilizou com a situação, passou a resgatá-los e levar para o país vizinho, a Itália.
Te interessa?
Sendo apresentado pelos militantes a este problema, o senhor Paradise decidiu adotar um cãozinho para lhe servir de companhia. Conforme foi pedido, um pequeno companheiro lhe foi entregue e logo foi batizado de Leo.
Leo, um cachorro cheio de história
Léo era o típico cachorrinho caramelo cujo exemplar é encontrado em todas as encruzilhadas do polo norte ao sul, vagando à procura de um lar ou de alguém que simplesmente lhe dê carinho ou comida. Se os dois vierem juntos, melhor.
Porém este cachorro não foi tirado apenas de uma das tantas avenidas que preenchem as cidades mundo a fora, onde volta e meia ganharia atenção de uma criança desconhecida; ele foi tirado do corredor da morte.
Infelizmente sua mãe, companheiros de cativeiro e outros milhares de animais não tiveram a mesma sorte. Paradise foi sua salvação.
A retribuição
Exato um mês após a adoção de Leo, mesmo sendo proibido, ele foi levado pelo senhor Paradise como companhia para seu trabalho. No trajeto de 27 quilômetros, Leo assumiu seu posto: o banco de trás onde em silêncio observava a bela paisagem proporcionada pelo trajeto.
A cidade onde ficava o trabalho se chamava La Spezzia. Ao chegar à cidade, a dupla se deparou com uma terrível tempestade. Júpiter, o deus romano dos raios, estava furioso. Pierpaolo lembra que não era possível enxergar um palmo à sua frente.
Devido a tempestade, foi necessário reduzir a velocidade do carro e em baixa aceleração seguiam quando subitamente o cachorro se atirou no banco da frente do carro. O dono irritado tenta tirar o cãozinho de onde estava, não conseguiu e parou.
Segundos após a parada, causada pela teimosia do cachorro, o morro à frente desliza. Leo não era só um guarda costas, era um anjo da guarda. Seu salto para o banco da frente fez com que seu amigo parasse o carro e não fosse mais uma das vítimas fatais do soterramento.
A dívida estava quitada. A família agora tinha dois heróis. Hoje a dupla vive bem e tem um hotel chamado Leo’s Lodge. Juntos fazem a administração, Leo é o anfitrião; dá as boas vindas, apresenta os quartos e faz rondas. Paradise é o gerente e motorista.
A fidelidade canina
Acreditar que o cachorro é o melhor amigo do homem é quase uma unanimidade universal. A fidelidade canina está acima de qualquer questionamento. Os desabrigados podem sentir falta de muitas coisas que lhes falta, menos da inarredável presença de seu cãozinho.
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Os cães não são só associados a guarda costas por sempre denunciar uma presença estranha ao ambiente, mas antes por demonstrar claramente uma preocupação sublime com o bem-estar de seu companheiro falante.
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Formado em História, entusiasta da literatura, apaixonado por artes.
